Baladas e shows voltam a ter pistas e aglomeração em SP; veja agenda de festas
Com autorização do governo e clima de 'liberou geral', casas têm programação noturna na retomada
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Foram cerca de 600 dias sem festas —ao menos oficialmente. Nos últimos meses, pessoas até puderam voltar às baladas e casas de show de São Paulo, mas em mesas distribuídas na pista e ouvindo música sentadas em cadeiras. Mas o cenário tem dia para mudar. Apesar de a pandemia de Covid-19 ainda matar uma média de 300 pessoas por dia no país, prepara-se para o próximo dia 31 um certo clima de Ano-Novo na cidade.
No domingo, quando os relógios indicarem meia-noite e a madrugada paulistana entrar na segunda, dia 1º de novembro, as mesas e cadeiras das casas noturnas poderão ser oficialmente guardadas —e todo mundo poderá se levantar, dançar e aglomerar mais uma vez.
É no dia 1º que o governo paulista afrouxa ainda mais as restrições sanitárias e dá aval para a fase mais branda da quarentena em São Paulo, autorizando que baladas e casas de show possam reabrir suas pistas e permitir aos convidados que fiquem de pé, dançando colados uns aos outros. A data cai em uma segunda-feira, mas é véspera de feriado —por isso, há programação também na data.
E, com isso, os espaços já começam a se movimentar. É o caso do Club Yacht, que promove a festa Halloyacht na virada do domingo (31) para segunda-feira (1º), em clima Réveillon pop para a contagem regressiva da reabertura.
Bob Yang, um dos sócios da Yacht, diz estar com boas expectativas. "A gente sente que o público está animado, por isso estamos também", diz. Quando questionado sobre uma possível piora nos casos de Covid, Yang afirma não duvidar de mais nada, mas que tenta ser positivo.
O afrouxamento é o passo final de um processo que já está adiantado na capital. Em um decreto publicado na edição desta quinta-feira (28) no Diário Oficial da Cidade, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) revogou todas as restrições de ocupação, horário de funcionamento e distanciamento mínimo em estabelecimentos públicos e privados da capital.
De acordo com a prefeitura, o decreto permite que espaços que agitam a noite já passem a funcionar com capacidade total e pessoas em pé. O texto mantém a obrigatoriedade do uso de máscaras e institui que eventos com mais de 500 pessoas exijam obrigatoriamente o comprovante de vacinação dos visitantes.
Apesar disso, muitas casas noturnas e festas só vão entrar no clima de "liberou geral" a partir de segunda-feira, dia 1º, quando o governo de João Doria (PSDB) afrouxa as regras da quarentena para todo o estado.
Assim como o decreto municipal, a nova regra estadual também corrói diretamente as normas de distanciamento. Eduardo Aranibar, subsecretário de Competitividade da Indústria, Comércio e Serviços do governo de São Paulo, diz que a distância de um metro entre desconhecidos passa a ser uma recomendação —e não mais uma obrigatoriedade. Aranibar também afirma que as casas devem ter álcool em gel disponível para todos os presentes.
A fiscalização dos protocolos de segurança ficam na conta da Secretaria de Estado da Saúde. Procurada, a pasta disse em nota que "a Vigilância Sanitária segue atuando em campo para fiscalizar o cumprimento das normas sanitárias de prevenção e combate à Covid-19, tanto mediante denúncias quanto a partir de ações de rotina das equipes".
Baladas, festas e casas de show, com ambientes apertados, cheios de gente se esfregando, dividindo copos de bebida e beijando na boca, são o cenário perfeito para o vírus se multiplicar —e também a última fronteira da liberação em São Paulo.
Adipe Neto, produtor de festas como a Santo Forte e a Lunática —ambas com datas marcadas para novembro— acredita que este será um momento de "grande recomeço" para o setor, principalmente na parte financeira. "Esse é o nosso grande último respiro, depois de mais de 20 meses sem trabalhar", diz ele, que não promove festas com pistas de dança desde março do ano passado.
Apesar das altas expectativas pela presença do público, Neto reforça a importância de se manter a segurança sanitária. "Mais do que uma casa cheia, a gente quer fazer com que isso aconteça de uma forma segura. O objetivo é trazer de volta o brilho das festas, mas sem precisar ficar indo e voltando", afirma.
No caso dos bares, eles já podem receber 100% da capacidade da casa desde 17 de agosto. Agora, a partir de novembro, esses espaços também podem oferecer drinques para pessoas em pé.
Mas nem todos vão mudar as regras. Lilian Varella, dona do Drosophyla Bar, afirma que a casa continuará funcionando como hoje. "Teve uma funcionária do bar que pegou Covid, mesmo vacinada. Não vou ficar nesse oba-oba, não estou confiando", diz ela.
Para quem não via a hora de poder se reunir, beber e dançar com desconhecidos em espaços fechados, abaixo há dez eventos marcados em São Paulo nos próximos dias. Mas, apesar de pouco mais de 98% da população de São Paulo acima dos 12 anos já estar vacinada com pelo menos uma dose ou dose única do imunizante contra a Covid, a pandemia ainda não acabou.
Mesmo com o clima de volta ao normal, o mais seguro ainda é continuar evitando eventos com aglomeração e em lugares fechados. Mas, se decidir ir mesmo assim, clique aqui para saber quais os cuidados devem ser tomados para diminuir o risco de contágio.
Audio
A casa de shows aquece o clima de retomada com o grupo É o Tchan em uma apresentação de Halloween no domingo, dia 31, a partir das 21h —mas já com a pista liberada para dança. Na programação das próximas semanas, estão o cantor Armandinho, em 20 de novembro, e Vitão, em 3 de dezembro. A Audio exige comprovação de todas as doses da vacina ou um teste PCR negativo para a Covid-19 para quem não se vacinou completamente.
Av. Francisco Matarazzo, 695, Barra Funda, zona oeste. Instagram @audio. Halloween da San com É o Tchan - dom. (31), às 21h. Ingr.: R$ 180 (inteira) e R$ 90 (meia). Vendas p/ bilheteria física ou no ticket360.com.br
Club Jerome
Na pandemia, a casa entregou drinques por delivery, fez lives com DJs e criou até um almoço que era servido em mesas na pista. No domingo (31), o clube recebe um evento com o coletivo de música eletrônica Gang, das 20h às 2h. Na segunda, dia 1º, promove a festa Reabertura da Pista, que começa às 21h e atravessa a madrugada, com encerramento às 5h. O espaço funciona como um bar até às 23h. Depois, a pista de dança é liberada, com músicas nos estilos disco house, house music e techno. É obrigatória a apresentação do passaporte da vacina.
R. Mato Grosso, 398, Consolação, região central. Instagram @club.jerome. Coletivo Gang - dom. (31), às 20h. Ingr.: R$ 20. Reabertura da Pista - seg. (1º), às 21h. Ingr.: R$ 40. Convites somente na porta, sem venda antecipada
Club Yacht
A casa noturna tem funcionado como bar, com mesas na pista e cardápio de comidinhas, desde setembro. Mas tudo muda com a festa Halloyacht, que começa às 20h30 de domingo (31) e vai até às 5h do dia seguinte —quando as pistas de dança podem voltar a funcionar sem restrições no estado de São Paulo. Nas caixas de som, o público ouve hits do pop que foram lançados na pandemia. Bob Yang, um dos sócios da casa, chama o evento de "renascimento da Yacht". Para entrar, é obrigatória a apresentação do passaporte vacinal completo.
R. 13 de Maio, 703, Bela Vista, região central. Instagram @clubyachtsp. Halloyatch - dom. (31), a partir das 20h30. Ingr.: R$ 60, mas há valores promocionais a partir de R$ 30 c/ nome na lista p/ bit.ly/Halloyacht2021
Galeria Café
A casa, que já existia no Rio de Janeiro, abriu uma unidade em São Paulo em janeiro deste ano, em plena pandemia —por isso, não pôde ainda funcionar como balada, uma de suas principais atividades. Segundo Alexandra Di Calafiori, uma das sócias do local, os próximos dias serão como uma estreia. O espaço abre na segunda, dia 1º, com a festa Start, e já tem agenda para a próxima semana, com os eventos marcados para os dias 5, 6 e 7. A festa de sexta (5), é a Dos Tres. A casa exige a apresentação do comprovante de vacina com as duas doses —ou uma dose aplicada e um teste de Covid-19 negativo.
Prç. Benedito Calixto, 103, Pinheiros, zona oeste. Instagram @galeriacafesp. Start - seg. (1º/11), a partir das 19h. Ingr.: R$ 20 até às 24h; depois, R$ 30. Ingr. p/ sympla.com.br
Gambiarra
Queridinha do público, a festa, que não acontece desde março do ano passdo, retorna às pistas em novembro. As edições estão marcadas para os domingos, no Open Bar Club –em novo horário, das 20h às 5h. Na pista, o público dança ritmos como samba, funk, pagode e até rock. A retomada ocorre nos dias 7, 14 e 21 de novembro e nos dias 12 e 19, em edições extras, no Club Hotel Cambridge –que começam e terminam mais tarde, das 23h às 6h.
Open Bar Club: r. Henrique Schaumann, 794, Pinheiros, zona oeste. Ingr.: a partir de R$ 30, p/ sympla.com.br.
Club Hotel Cambridge: r. Álvaro de Carvalho, 35, centro. Ingr.: a partir de R$ 30, p/ sympla.com.br. Instagram @gambiarraafesta
Festa Lunática
A festa teve adaptações durante a pandemia, transformando os shows de drag queens em um ballroom com mesas, em uma versão mais recatada e cuidadosa. A volta tem pistas embaladas por pop e funk, na Fabric Club —a capacidade de público foi reduzida para 700 pessoas e há necessidade do comprovante de vacinação.
Fabrique Club: r. Barra Funda, 1.071, zona oeste. Festa Lunática - Sex., dias 5/11 e 19/11, a partir das 19h. Ingr.: a partir de R$ 40. Vendas antecipadas p/ sympla.com.br
Mundo Pensante
Conhecido por receber festas e shows no Bexiga, o espaço já vinha promovendo alguns eventos com DJs e público sentado desde 16 de setembro. Com a liberação das pistas a partir de novembro, a programação fica mais intensa. Marcando a volta das pistas, os DJs Mary G e EB comandam do som da casa na segunda (1º). Um show da banda Buena Onda Reggae Club e a festa Je Treme, com música brega, estão marcados para o primeiro fim de semana de novembro.
Mundo Pensante: r. 13 de Maio, 830, Bela Vista, região central. Instagram @mundopensante. DJs Mary G e EB - seg. (1º), às 21h, c/ ingr. a R$ 10 até 22h; depois, R$ 20. Buena Onda Reggae - 5/11 (sex.), às 21h, c/ ingr. a R$20. Je Treme - 6/11 (sáb.), às 21h, c/ ingr. a R$ 25. Ingr. p/ sympla.com.br
Novo Cine Joia
A casa não funciona desde que a quarentena começou em São Paulo. Facundo Guerra, proprietário do local, diz que o espaço físico se deteriorou enquanto esteve parado —por isso, teve que reformar o ambiente, que deve ser reaberto para o público em 21 de novembro, ainda sem programação revelada. O que é certo, porém, é que o Novo Cine Joia exigirá o passaporte da vacina.
Prç. Carlos Gomes, 82, Liberdade, região central, tel. (11) 3101-1305. Mais informações p/ Instagram @cine_joia
Selva
O clube volta a promover festas a partir desta segunda, dia 1º —na programação de novembro, os toca-discos são comandados exclusivamente por mulheres. Entre as mudanças no local, está a criação de uma comissão de mulheres, batizada antiopressão, que será formada por funcionárias e receberá ocorrências de possíveis situações de machismo, racismo, homofobia e transfobia durante os eventos. Os ingressos para segunda, dia 1º, já estão esgotados —mas a casa recebe a festa Batidão Tropical pouco depois, no dia 6, sábado. A entrada só é permitida para quem tomou todas as doses da vacina.
R. Augusta, 501, Consolação, região central. Instagram @selva.011. Batidão Tropical - Sáb. (6), a partir das 22h. Ingr. a partir de R$ 40 p/ sympla.com.br (lotes anteriores já estão esgotados)
Santo Forte
A festa de brasilidades comandada por Tutu Moraes há 16 anos está de volta. Desde o início da pandemia ocorreram algumas edições online e até mesmo com mesas na pista, mas, para Moraes, os eventos não conseguiram suprir as demandas do público ou dos artistas. O período serviu para ele pesquisar novos sons e montar um setlist com novidades da cena independente brasileira para a volta da festa.
Fabrique Club - r. Barra Funda, 1.071, zona oeste. Evento em 6/11, à meia-noite. Ingr.: de R$ 50 a R$ 70, antecipado p/ sympla.com.br