Conheça o Metabar, boteco que vende NFTs, aceita bitcoin e brinca com o metaverso
Endereço em SP tem aluguel de óculos de realidade virtual e serve comidas como o Bit Churros
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A três quarteirões de distância, já é possível enxergar as luzes e os neons que vazam do endereço. Mas é dentro do Metabar, em São Paulo, que surge a atração principal: uma viagem pelo do mundo dos NFTs e do metaverso, mas regada a porções e cervejas.
Na região de Santana, na zona norte da capital, o local foi inaugurado há cerca de um mês, no mesmo espaço onde até o início do ano ficava o Poderoso Lounge Bar, que era o reduto de funkeiros. A ideia foi do empresário Natan Lima, que, além do bar, trabalha no mercado de blockchain e de criptomoedas.
Mas antes de imaginar um bar totalmente digital e construído no metaverso, no qual a experiência das pessoas ocorre numa realidade virtual, é preciso saber que há um pouco de marketing no endereço e que esse é apenas o tema do Metabar, que funciona mesmo no mundo real.
Segundo Lima, a ideia por ali é desmistificar o tema e a tecnologia —tanto que a equipe é treinada para responder a perguntas e explicar dúvidas sobre o assunto para os clientes.
"As pessoas não sabem o que é metaverso e realidade virtual. Eles vêm aqui, brincam com óculos VR, tiram fotos com NFTs. É para alguns a primeira vez que ouvem falar do assunto", diz.
Uma dessas dúvidas pode ser sobre os NFTs. O local possui os seus próprios —que são uma espécie de certificado digital que, associado a um item físico ou virtual, atesta a originalidade e a autenticidade. Assim, quem quiser adquirir uma das artes virtuais do estabelecimento transformadas em NFT pode entrar no site do bar e seguir o tutorial. Os garçons ajudam marinheiros de primeira viagem nessa missão.
Além das criações próprias, as paredes estão cheias de quadros com NFTs famosos, alguns adquiridos por nomes como Neymar, Madonna e Snoop Dogg. As reproduções, como num museu, são acompanhadas da numeração do certificado digital e do nome do dono.
O bar é dividido em dois ambientes. O salão no térreo é cheio de lâmpadas coloridas. No extenso corredor que leva ao banheiro, por exemplo, a iluminação é feita com oito feixes de luz azul e cor-de-rosa, o que faz lembrar cenas do filme "Tron - O Legado", de 2010.
É no primeiro piso que os clientes têm contato com a principal atração do bar: os óculos de realidade virtual. Com R$ 10, é possível jogar pingue-pongue, conhecer a Torre Eiffel e até lutar boxe com Mike Tyson —tudo virtualmente, com a ajuda dos óculos. A experiência dura sete minutos e é supervisionada por um funcionário para evitar que os mais empolgados se machuquem ou danifiquem o bar.
"Estava um pouco desencorajada no começo porque sou tímida", diz Marina Camargo, que brincou com a experiência virtual. "Mas, depois que coloquei os óculos, esqueci onde estava ou se tinha gente me olhando."
Já no andar superior há um espaço a céu aberto. O cheiro doce vindo dos narguilés é comum por ali, com o equipamento podendo ser alugado por R$ 30.
O cardápio também tem nomes inspirados no universo tecnológico. O Cripto Drink, que é um suco feito com abacaxi, morango e laranja, custa R$ 19. Já o Bit Churros, com doce de leite, sai por R$ 16. Na parte de bebidas alcoólicas, o Meta Summer leva suco de laranja, rum Malibu e xarope de grenadine (R$ 26).
Na hora de fechar a conta, quem quiser pode pagar em criptomoedas, moeda protegida por criptografia e que tem circulação no universo digital. O estabelecimento aceita dois tipos: o bitcoin e o ethereum. O caixa faz a conversão na hora —o câmbio costuma ser volátil, mas, para ter uma ideia, uma conta no valor de R$ 100 custaria hoje 0,00079916 bitcoin. Mas o valor da moeda muda diariamente.
Mas, apesar de todo flerte com a inovação, é outra experiência digital que costuma atrair mais os clientes. Logo no hall de entrada há um portal colorido, com uma espécie de balanço cor-de-rosa, mais uma vez iluminado por neons. É ali onde são feitas as fotos que logo vão encher as galerias do Instagram.