Museu do Futebol mistura Pelé, Pabllo Vittar, Garrincha e Mário de Andrade em nova exposição
Mostra em SP faz parte das comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna
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As comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna, celebrado neste ano, continuam movimentando a programação cultural de São Paulo. Desta vez, é a vez do Museu do Futebol. A instituição explora as relações entre o esporte e o modernismo em uma nova exposição.
Com abertura nesta sexta-feira, dia 15, no estádio do Pacaembu, a mostra "22 em Campo" traz fotografias, vídeos, áudios históricos e objetos que conectam o movimento moderno ao maior esporte no país.
O título faz uma brincadeira com o ano em que ocorreu a Semana de 1922 e o número de jogadores que entram em campo em uma partida. Por isso, a atração é dividida em 22 módulos, cada um dedicado a um tema para criar paralelos entre os dois universos e entre aquele ano e o atual.
São abordados assuntos como a bola, o goleiro, o futebol de mulheres, a cultura e a sociedade. Há diversas ligações possíveis entre os dois mundos, registradas ao longo dos últimos cem anos e apresentadas na exposição, que tem curadoria de Guilherme Wisnik.
No espaço dedicado à bola, por exemplo, um áudio traz declamação de poemas de João Cabral de Melo Neto e de Cassiano Ricardo que falam sobre o objeto. Exposta ao lado está uma bola usada em 1922 e outra da Copa do Mundo no Qatar, que ocorre neste ano.
Outro espaço apresenta ligações entre o jogador Garrincha e Macunaíma, personagem do livro de mesmo nome de Mário de Andrade, inspirado em uma entidade indígena —os pais do atleta eram do povo fulniô.
Em outra ala, a exposição mostra como o futebol esteve presente na Semana de 22. Durante a abertura do evento, o escritor Menotti del Picchia cita em seu discurso o jogador Arthur Friedenreich, um dos primeiros craques brasileiros.
Mário de Andrade também dedicou um poema ao jogador. E a pintora Tarsila do Amaral registrou em uma crônica sua experiência como torcedora durante um jogo entre o Brasil e a Argentina do qual participou.
A exposição conta ainda com um painel que mistura —ou faz uma antropofagia— entre diferentes figuras: esportistas como Pelé, modernistas como Oswald de Andrade e Mário de Andrade e artistas do passado, como Grande Otelo, e do presente, caso de Pabllo Vittar.
Todas essas relações podem ser exploradas até 29 de janeiro do ano que vem, quando "22 em Campo" sai de cartaz.