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Passeios

Saiba como estão os parques Villa-Lobos e Água Branca, cedidos à gestão privada

Espaços na zona oeste de São Paulo têm manutenção em dia e marcas onipresentes

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São Paulo

Nos últimos anos, a gestão de diversos parques da cidade de São Paulo tem sido entregue à gestão privada, sob o modelo de concessões.

A reportagem visitou os últimos três que ganharam nova administraçãoVilla-Lobos, Candido Portinari e Água Branca, todos na zona oeste— para avaliar como anda a oferta de serviços, a segurança, a manutenção e a limpeza após as mudanças.

Desde setembro do ano passado, esses espaços são geridos pela Novos Parques Urbanos, responsável pelos espaços por 30 anos —o consórcio também está à frente do Jardim Botânico e do zoológico.

Movimentação no parque Villa-Lobos. (Foto: Ronny Santos/Folhapress) - Folhapress

De forma geral, a manutenção de dependências sanitárias, segurança e limpeza são pontos positivos. Por outro lado, há uma presença muito maior de marcas, e projetos para reativar espaços ainda não saíram do papel.

A Reserva Parques, grupo que faz parte do consórcio, respondeu às questões da reportagem por email. "Estamos empenhados nestes primeiros meses da concessão no cumprimento contratual, porém queremos ir muito além dele, trazendo para São Paulo parques modernos que garantam uma experiência inovadora", afirmou. Veja abaixo como está a situação deles.

Parque Candido Portinari

O fato de ser integrado ao Parque Villa-Lobos faz muita gente pensar que o Candido Portinari seja uma extensão do primeiro. Isso porque eles compartilham a mesma vista, que agora tem como destaque a Roda Rico, a maior roda-gigante da América Latina, inaugurada em dezembro.

Ela é uma das grandes novidades do parque, com seus 91 metros de altura e cabines VIP —que podem custar R$ 420 aos finais de semana. Os ingressos individuais vão de R$ 50 a R$ 79. Mesmo quem não embarca na atração é atraído por ela para tirar fotos no cenário —mas faltam bancos e quiosques para aproveitar melhor os arredores.

A ciclovia, bem movimentada, e a pista de skate da Vans, inaugurada em 2018, funcionam bem e não têm problemas de manutenção. Quem precisa se alimentar, porém, vai encontrar poucas opções, já que só há uma cafeteria em funcionamento além das barracas da roda-gigante —uma lanchonete perto do estacionamento está fechada.

Procurada, a concessionária afirma que "já estuda a ampliação dos espaços de alimentação" e que "o parque necessita de ações de manutenção e melhoria das estruturas existentes antes da concessão". Também diz que instalou novos pontos de iluminação com LED e ampliou a vigilância, fez revisão do sistema de drenagem e galerias pluviais —ações adotadas também nos demais parques.

Av. Queiroz Filho, 1.365, Vila Hamburguesa, região oeste; Seg. a dom. das 5h30 às 19h


Parque Villa-Lobos

A exploração do parque por marcas é uma das mudanças centrais da nova gestão, passados sete meses. Durante a visita, havia, por exemplo, um ponto de venda da marca de óculos Chilli Beans e uma área de ginástica patrocinada pela drogaria Raia.

Segundo a Reserva Parques, essas ações "possuem o objetivo de trazer mais alternativas de lazer, educação, cultura (...) saúde, prática de esportes".

Parque Villa-Lobos ( Foto: Paulo Gil ) - Divulgação

Há mais variedade e oferta de comida com foodtrucks instalados na entrada principal do parque, onde uma água de coco sai por R$ 10.

Entre uma caminhada e outra, é possível ver com frequência funcionários da limpeza aparando a grama e varrendo as vias. O mesmo acontece em relação à segurança. Ainda assim, são poucos os mapas que sinalizam onde o frequentador está.

Grandes eventos e atrações que reúnem um público diverso agora são parte da programação. Eles incluem o Carrossel São Paulo, que custa de R$ 10 a R$ 30 (4 min.) e o espetáculo "Frozen in Concert" (entrada a partir de R$ 75).

Frequentadores, porém, relataram à reportagem que não conseguem usar o estacionamento durante esses eventos.

Também houve acréscimo nos valores para parar o carro —que subiram de R$ 6,60 para R$ 12 (2 h, durante a semana) e para R$ 15 (2 h, finais de semana e feriados).

Enquanto eventos movimentam a região, o orquidário permanece fechado. A manutenção de redes e grades de quadras esportivas apresenta problemas: algumas estão rasgadas e arrebentadas. O mesmo vale para banheiros —durante a visita da reportagem, um deles precisava de vários baldes para conter goteiras.

Procurada, a Reserva Parques afirma que existe um projeto em andamento para revitalização e ampliações dos sanitários. No caso do estacionamento, diz que houve ampliação de aproximadamente mil vagas em dias de eventos e que o valor cobrado contempla "seguro, automatização e câmeras de leitura de placas". Além disso, passou a oferecer dez minutos de tolerância.

A concessionária diz que há previsão de melhorias e reabertura do orquidário, mas ainda sem data de entrega. "Todo planejamento está sendo desenvolvido com bastante cautela, de modo a preservar a história e a finalidade deste espaço", diz. No caso das quadras, diz que propostas, aprovações e implementações estão em andamento dentro dos prazos estabelecidos.

Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 2.001, Alto de Pinheiros, região oeste; Seg. a dom., das 5h30 às 19h


Parque da Água Branca

Casarões históricos e animais como galinhas, patos e cavalos fazem o visitante se sentir em uma fazenda bem no meio da zona oeste de São Paulo.

A sinalização é efetiva e o funcionamento geral do parque anda bem, incluindo banheiros, limpeza e segurança. Além disso, há uma agenda de atividades gratuitas.

Mas há poucos locais para comer e muitas das estruturas dentro dele estão sem uso ou abandonadas. Um desses espaços é o aquário, fechado para visitação desde início da pandemia. Após a concessão, os animais foram remanejados e, segundo a concessionária, há um estudo técnico para propor a sua reabertura. Já o museu geológico deixou definitivamente o local. No lugar, será instalado um centro de exposições de rochas, fósseis e minerais. Mas tudo ainda sem um prazo definido.

A Reserva Parques afirma que "assumiu a gestão do Parque Água Branca com a maioria das edificações desocupadas" e que "está em fase de aprovação do desenho estratégico que servirá como base para o plano de intervenções nos termos e prazos estabelecidos".

Também afirma que o parque "em sua totalidade, incluindo toda vegetação", é tombado pelo Condephaat e Conpresp. Sendo assim, todas as intervenções de infraestrutura, bem como o manejo da vegetação devem ser previamente aprovados por esses órgãos de preservação.

Av. Francisco Matarazzo, 455, Barra Funda, região oeste; seg. a dom., das 6 às 20h