Crítica: Peça "Terremota" aborda revolta e questionamentos infantis

Questionadora, inventiva e filosófica, Maria é uma menina de sete anos que bem apresenta a lógica e a alma infantis no espetáculo "Terremota", dirigido pelo também dramaturgo Marcelo Romagnoli.

Interpretada com boas doses de sutileza e desembaraço pela atriz Jackie Obrigon, a menina em um dia de chuva e sem praia se rebela contra o adorável Tio Bigode (Guto Tognizzolo) e funda a República Terremota.

Crédito: Maria Clara Diniz/Divulgação Os atores Jackie Obrigon e Guto Tognizzolo estão no espetáculo que tem direção de Marcelo Romagnoli

É dessas personagens de carisma arrebatador, que dispara pensamentos provocativos e não esconde a tirania infantil. As canções da peça ilustram suas indagações. "No começo o mundo apavora / Mas depois melhora", avisa.

Maria Terremota odeia sopa assim como a menina Mafalda, dos quadrinhos de Quino, e enxerga o avesso das coisas do mundo bem ao modo de Píppi Meialonga, personagem dos livros de Astrid Lindgren que funciona também como forte inspiração.

A cenografia tem inspiração retrô e a história traz marcas dos arranjos familiares contemporâneos. Mas Maria é uma personagem que traz o espírito da criança atemporal.

Avaliação: bom.
Indicação do "Guia": a partir de 5 anos.

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