Zezé di Camargo e Luciano lançam CD em homenagem a Raul Seixas

Zezé di Camargo e Luciano apresentam o novo álbum em show na capital paulista nesta quarta (16) no palco da Brook's (zona sul de São Paulo). Intitulado "Teorias de Raul", o 23º CD da carreira da dupla faz homenagem ao cantor baiano Raul Seixas, morto há 25 anos.

"Sou fã dele, tenho todos os álbuns em vinil. Infelizmente, não tive este privilégio de conhecê-lo pessoalmente", diz Zezé.


A música que dá nome ao CD foi composta por César Augusto, mas com outro título: "Letal". "Quando ele nos mostrou a canção não tive dúvidas: era a música que eu procurava, achei a cara do Raul", conta Zezé, que pediu ao compositor uma licença para renomeá-la.

E se alguém pedir para "tocar Raul" nos shows? "Já tocamos e podemos tocar de novo", responde o cantor.

Em 1994, os irmão goianos já haviam regravado "Tente Outra Vez", clássico de Raulzito que ficou na turnê dos sertanejos até meados do ano 2000.

Na visão de Zezé, que convidaria o Maluco Beleza para uma parceria, ele era um roqueiro que avacalhava no bom sentido, mas de alma romântica.

A dupla volta aos palcos paulistanos em 6, 7 e 8 de novembro no Citibank Hall (zona sul de São Paulo).

Informe-se sobre o show

ABAIXO, LEIA BATE-PAPO COM ZEZÉ:

Guia - Raul morreu em 1989, pouco antes de você e Luciano ficarem famosos. Chegou a conhecê-lo ou ir a algum show do Raulzito?
Zezé di Camargo -Sou fã dele, tenho todos os álbuns em vinil. Sou fã do compositor das músicas populares, o outro lado da moeda de Raul. Infelizmente, não tive este privilégio de conhecê-lo pessoalmente.

Se alguém pedir "Toca Raul!", vocês vão tocar?
Já tocamos e podemos tocar de novo. Em 1994, em nossa turnê no Palace [casa famosa nos anos 1990], tocamos "Tente Outra Vez", música que ficou em nosso repertório de estrada até 1999. O número tinha corpo de balé e tudo. Era muito especial.

Já regravaram "Tente Outra Vez". Pretendem cantá-la no show? Alguma outra releitura do cantor baiano?
Neste show, ainda não, mas na turnê em novembro no Ctibank Hall devemos preparar algo...

Como define as teorias de Raul?
Defino o nosso CD como um álbum muito pensado, com músicas de letras com contéudo e bem românticas, com metáforas e grandes compositores assinando. Sobre as teorias do mestre, vejo alguém que ensinou que não há regras para o amor, que não existe verdade absoluta e de que é preferível ser uma 'metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo'

Qual disco mais gosta, quais canções de Raul? E por quê?
Gosto de todos, mas os preferidos são "Gita" e "Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás". Ainda não comprei a coleção especial com caixa e tudo "Maluco Beleza", que traz seis CDs e um livro. Fica aí a dica para o meu aniversário, gente, dia 17 de agosto (risos).

Embora sejam de gêneros diferentes (rock x sertanejo) como acredita que a musicalidade de Raul influencia o som da dupla?
Influencia bastante. Em especial, "Raulzito e os Panteras" [1968], um disco bem romântico. Sua capa e suas músicas tinham influênica dos Beatles e uma versão de "Lucy in the Sky with Diamonds", a faixa "Você Ainda Pode Sonhar". Sem falar que ele unia rock e baião como em "Let Me Sing, Let Me Sing".

Faria o convite para uma parceria com Raul? Acha que ele toparia?
Se fosse vivo, como eu faria! Com certeza toparia, ele era um cara aberto, de mente leve e criativa como todo baiano.

Em relação à parceria com Gusttavo Lima, como observa essa mescla entre a nova e a geração mais tradicional do sertanejo?
Maravilhosa. Encontro de gerações só fortalece o gênero. Chitãozinho e Xororó tinham mais de 20 anos de carreira, quando nós e Leandro e Leonardo tivemos o privilégio de dividir palco com eles. Isso é tudo de bom. Tem muita gente boa nesta nova safra, como Luan Santana, Marcos e Belutti, Jorge e Mateus, Victor e Léo, só para citar alguns em meio a tantos.


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