Filhotes gêmeos de mico-leão-preto nascem no zoológico de SP e ganham nome em votação
Tímidos e fãs de grilo na hora de comer, macaquinhos podem ser vistos pelo público
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Ao virar à esquerda na praça das Bandeiras, chega-se à alameda Aves. Seguindo em frente, há uma loja de suvenires e, um pouco mais adiante, encontra-se a residência de uma família que, há três meses, ganhou bebês.
A família, na verdade, é formada por micos-leões-pretos que vivem no zoológico de São Paulo. Composta agora por seis indivíduos, o grupo de macacos ganhou dois filhotes gêmeos em fevereiro, em plena pandemia de coronavírus. Mas os nomes de ambos ainda não foram escolhidos e serão decididos em uma votação online, no site do local.
Há três opções de nomes escolhidos pela instituição, todos em homenagem à mata atlântica. A primeira traz frutos: Tarumã para o filhote macho, Cabeludinha para a fêmea. As palmeiras da floresta são a segunda possibilidade: Juquiri para ele, Jerivá para ela. A última sugestão faz referência a plantas: Araçá para o macho, Begônia para a fêmea.
O resultado será divulgado no dia 5 de junho, quando é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente e também o sétimo ano desde que o mico-leão-preto foi decretado patrimônio ambiental do estado de São Paulo pela Assembleia Legislativa.
Para entender a história da família, é preciso voltar a 2011, quando nasceu o pai —a mãe é nascida em 2017, e ambos cresceram no zoológico. Depois de uma série de análises, os profissionais da instituição encontraram o pareamento ideal entre os dois indivíduos, o que indicava uma boa possibilidade de reprodução.
Em agosto de 2020, os dois tiveram duas filhotes. Segundo Mara Marques, bióloga do zoológico, é comum que essa espécie tenha dois bebês de cada vez. Por estarem em cativeiro, a reprodução ocorre de forma mais rápida do que na natureza, já que o ambiente não possui tantas restrições, como possíveis predadores. E é aí que surgem os dois novos micos, nascidos neste ano.
Atualmente, existem poucos micos-leões-pretos. Segundo a bióloga, a estimativa é que 1.600 indivíduos da espécie estejam livres na natureza —o que classifica a espécie, na lista de animais da fauna brasileira ameaçados, como em perigo de extinção.
Apenas seis indivíduos da espécie ficam em exposição no zoológico, justamente a família. Outros 12 micos vivem em um setor do parque chamado Micário, sem acesso do público. Lá, o ambiente é estruturado de forma a se assemelhar ao máximo à mata atlântica. "É mais fechado e mais tranquilo. Dessa forma, a reprodução pode ocorrer de forma mais rápida", afirma Marques.
Um dos objetivos de manter os animais em cativeiro é garantir o crescimento da população e, assim, afastar o risco de extinção. Alguns deles, inclusive, podem ser mandados de volta à natureza —nesses casos, é feito um trabalho para que a adaptação ao novo ambiente seja bem-sucedida.
Apesar de não possuírem a fama do mico-leão-dourado, os micos-leões-pretos têm seu charme. Sua aparência escura permite que eles se escondam com maior facilidade na natureza, o que torna esses animais um pouco tímidos. Os recém-nascidos mostram isso ao se aconchegar no colo dos mais velhos e, por isso, podem acabar se escondendo dos olhos do público.
Os pequenos primatas seguem uma rotina regrada. Por volta das 6h, já estão acordados. A dieta é acompanhada pelos funcionários, com avaliações da quantidade exata de nutrientes, proteínas e carboidratos que cada um dos indivíduos pode consumir. Na prática, o cardápio diário tem frutas, proteína animal e insetos —grilo é um dos favoritos. No fim da tarde, os micos-leões-pretos se recolhem para descansar.
Segundo a bióloga do local, a exposição dos novos filhotes é importante que eles se acostumem com pessoas e facilitem o manejo dos funcionários. “Os dois estão na fase de conhecer o ambiente em que vivem, tocando ou lambendo”, diz Marques.
Entre os micos-leões-pretos, a fêmea é dominante. Por causa disso, depois que as irmãs mais velhas dos filhotes estiverem crescidas, elas poderão ser retiradas do recinto, em um processo para o amadurecimento delas.
Falando nas irmãs mais velhas, elas também assumem papéis fundamentais na criação dos filhotes, alimentando-os ou carregando-os pelo recinto. "Essa experiência é importante para que sejam boas mães quando elas tiverem seus próprios filhotes", afirma Marques.
O zoológico e os micos-leões-pretos podem ser visitados diariamente, das 9h às 17h. Com a reabertura, que segue os protocolos sanitários, os ingressos podem ser reservados pelo site. Outra opção é comprá-los diretamente na bilheteria do zoológico, que encerra as atividades às 16h. Por causa da pandemia, a instituição está com restrição de público, com capacidade máxima limitada a 40%.
Se decidir sair de casa, lembre-se de sempre usar máscara, mesmo em locais abertos, como o zoológico. É também fundamental higienizar as mãos com frequência e manter distância das outras pessoas.
A votação para decidir os nomes dos micos-leões-pretos termina na segunda-feira, dia 31. Para participar, clique aqui.