As medidas criadas pelo governo de São Paulo para evitar a transmissão do coronavírus estão se afrouxando —e, na semana que vem, estabelecimentos devem poder ter lotação completa e funcionar durante 24 horas. Alguns indicadores na capital também apresentam melhoras, como a queda no número de óbitos e internações pela Covid-19. Mesmo assim, infectologistas reforçam que o cenário ainda não é dos melhores.

“Neste momento, seria interessante ter eventos-testes com a menor quantidade de pessoas, especialmente em lugares fechados”, diz Álvaro da Costa, infectologista do Hospital das Clínicas, de São Paulo.

A variante delta do vírus, com seu maior potencial de transmissão, segue sendo uma preocupação, assim como o fato de grande parte da população ainda não ter tomado todas as doses da vacina contra a Covid. “Isso significa que a gente não pode relaxar nas medidas de prevenção”, afirma Ho Yeh Li, também infectologista do Hospital das Clínicas.

Confira abaixo algumas medidas de segurança para esta fase da pandemia, caso decida sair de casa e ir a bares, shows, museus, teatros e cinemas.



É o momento de sair de casa?
Apesar da retomada de eventos na capital, especialistas reforçam que o cenário ainda não é um dos melhores. Especialmente com a circulação da variante delta, mais transmissível.

Quais são lugares de menor risco?
Priorize locais abertos, onde é possível manter distanciamento de 1,5 m, e com boa ventilação, ainda mais se não estiver com todas as doses da vacina tomadas. Parques ou a avenida Paulista, que no final de julho voltou a ser aberta aos domingos para pedestres, são boas opções.

Eventos em locais fechados ainda não são totalmente seguros, dizem os médicos. Locais onde é preciso retirar a máscara para fazer refeições, por exemplo, são os de maior risco. Para espaços como esses, tente encontrar os pontos mais ventilados e mantenha sempre o distanciamento.

E nos cinemas, museus, teatros, bares e restaurantes?
Se houver circulação de ar, a visita não for muito demorada e todos estiverem usando máscara, os infectologistas veem menor risco de contágio pela Covid-19. Mas vale ressaltar que tudo depende da distância entre as pessoas e do correto uso dos equipamentos de segurança.

Já é hora do reencontro?
Encontros devem ser preferencialmente entre pessoas que já tenham tomado as duas doses da vacina, privilegiando lugares abertos e com boa ventilação. A máscara deverá ser retirada apenas no momento da alimentação.

Qual máscara usar?
Não opte pela máscara com válvulas, pois ela pode até proteger o usuário, mas não impede a transmissão da doença.

O ideal é usar máscara PFF2 (ou N95), principalmente em ambientes fechados. Se não for dobrada ou molhada, ela poderá ser usada durante uma semana, no máximo durante 12 horas por dia.

Outra opção é utilizar duas máscaras cirúrgicas. Vale ainda associar esse tipo com a máscara de tecido —sendo que a cirúrgica fica por baixo, a de tecido por cima.

No parque, se for fazer alguma atividade física, uma máscara cirúrgica pode ser o suficiente, pois se exercitar com duas máscaras ou com o modelo PFF2 pode ser difícil. Mas a sua troca deve ser constante para evitar que ela fique encharcada com suor.

Fontes: Álvaro da Costa e Ho Yeh Li, infectologistas do Hospital das Clínicas