'Darwin, o Original', exposição interativa em SP, descomplica a teoria da evolução
Mostra no Sesc Interlagos tem jogos, réplicas e permite ao visitante brincar de ser naturalista
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A exposição francesa "Darwin, o Original" migrou da Europa para aterrissar no Sesc Interlagos, em São Paulo. A mostra interativa, que abre neste sábado (5) e tem entrada gratuita, aborda a carreira e vida pessoal de Charles Darwin, cientista britânico conhecido por lançar a teoria da evolução no livro "A Origem das Espécies".
Durante o século 19, Darwin chocou a sociedade com suas publicações que contrariam os conceitos criacionistas sobre a origem do mundo. Hoje, o biólogo é considerado referência científica por ter aprofundado o estudo de temas como evolução e seleção natural. Estes são alguns dos temas que aparecem na exposição que ocupa um espaço de 700 m² na zona sul da capital paulista.
"Para mim, a grande revolução de Darwin foi ter tirado o ser humano do centro —ele deixou de ser a espécie mais importante para se tornar só mais uma das que habitam o planeta Terra", diz André Lerro, técnico de programação do Sesc Interlagos e responsável pela exposição.
Logo na entrada, o público é recebido com um painel horizontal que exibe uma linha do tempo com a trajetória de Darwin e de outros cientistas, além de acontecimentos históricos, literários e artísticos.
Ao lado, numa tela, há um jogo de cartas que visa desafiar os conhecimentos dos visitantes sobre Darwin. Atividades como estas, aliás, estão por toda a mostra. É o caso das brincadeiras que tentam simular os estudos do britânico, como a que incentiva o visitante a identificar as diferenças entre os bicos de várias espécies de pássaros.
Apesar de interessantes, os jogos devem agradar mais às crianças, que também podem gostar de observar as ilustrações de animais, plantas e flores que dão cor ao local. Filmes curtos e educativos completam a experiência.
A exposição também exibe réplicas de itens históricos, como a do navio HMS Beagle. Foi nessa embarcação, em 1831, que Darwin fez uma expedição que passou pelo Brasil e por outros países da América Latina. A viagem parece ter sido essencial para que ele desenvolvesse sua famosa teoria.
Três pequenos teatros animados também compõem o passeio. Delicados e hipnotizantes, trazem figuras que falam sobre a família de Darwin, da relação do cientista com a escravidão e sobre como ele trabalhou enquanto esteve doente.
Réplicas da ossada de um peixe, de um crânio de crocodilo e da presa de um dente-de-sabre podem ser vistas no final do circuito, numa sala chamada Darwin e o Brasil. "A intenção é mostrar que o estudo dos fósseis é uma das principais maneiras de se conseguir avançar no estudo da evolução", explica Lerro. Tem até réplica do esqueleto do mesossauro, um réptil primitivo.
A sala dedicada à relação do biólogo com o Brasil tem curadoria de Leda Cartum e Sofia Nestrovski. Além de pesquisadoras, elas são apresentadoras do podcast "Vinte Mil Léguas", programa em que elas se debruçam sobre temas relativos à ciência e aos livros. O espaço também tem consultoria de Flávia Natércia, que é pós-doutora em Divulgação Científica.
Exclusividade da edição brasileira, o ambiente o ambiente busca não só falar da passagem de Darwin pelo país, como também abordar a importância da valorização do local. Um exemplo disso é a parede que exibe amostras do solo do Sesc Interlagos, com porções que foram coletadas a mais de 400 metros de profundidade da superfície.
"Um dos objetivos é mostrar que o lugar em que você está pisando tem importância geológica e histórica. É uma forma da pessoa valorizar o lugar em que nasceu, não só do ponto de vista simbólico, mas material também", afirma Lerro.
Uma dica é encerrar a visita com um passeio ao ar livre em uma trilha pelo Sesc, que dá aos visitantes a oportunidade de brincar de ser um naturalista. Para isso, a ideia é que as pessoas explorem dez placas espalhadas pelo trajeto, com ilustrações de pássaros e textos que simulam anotações de caderno.
A exposição é equipada com recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência visual e auditiva, como audiodescrição, tradução em Libras e placas com braile e mapa tátil em algumas peças.
A apresentação do comprovante de vacinação com pelo menos duas doses contra a Covid é obrigatória na entrada. Se for sair de casa para visitar a mostra, não se esqueça de usar máscara e de manter o distanciamento.