Crítica: Poetisa Cora Coralina inspira peça infantil lírica e verborrágica

Completando dez anos de estrada, o núcleo das Caboclinhas está em cartaz com "Cora, Doce Poesia", peça que bebe nas fontes da literatura e da cultura popular --duas áreas de pesquisa do grupo, que já encenou "Bem do Seu Tamanho", adaptação da obra de Ana Maria Machado.

Na nova montagem, quatro atrizes se revezam vivendo as diferentes fases da vida da poetisa goiana Cora Coralina (1889-1985) numa cenografia (de Victor Merseguel) que reúne a terra, o doce e a poesia. A dramaturgia percorre a trajetória da menina que nasceu inadequada, à frente de seu tempo, mesclando o texto com trechos da obra da escritora.

Cena de "Cora, Doce Poesia" *** ****
Cena de "Cora, Doce Poesia" - Michel Igielka/Divulgação

Uma das cenas conta a história de uma relíquia de família que se quebrou. Claro, culparam a menina desajeitada, que teve que carregar no pescoço um colar com um caco pendurado, uma punição comum no passado, quando a infância sofria ainda mais com a aridez do mundo adulto.

A música (trilha sonora e direção musicalde Zé Modesto) acompanha toda a jornada, garantindo momentos líricos que aliviam um texto muitas vezes verborrágico. Três personagens mágicos, que trajam figurinos feitos com bordados, retalhos e fitas (concebidos por Rogério Pinto), trazem elementos da comicidade.

Avaliação: muito bom
Indicação da crítica: a partir de 6 anos

Sesc Pinheiros - R. Pais Leme, 195, Pinheiros, região oeste, tel. 3095-9400. Dom.: 15h e 17h. Até 16/7. CC: V, M, AE, E, D. Ingresso: R$ 5 a R$ 17. Menores de 12 anos: grátis.

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