Peça primorosa da Cia. Delas, 'Maria e os Insetos' retrata cientista como heroína

Espetáculo é o segundo de uma trilogia que conta a história de mulheres na ciência

Gabriela Romeu
São Paulo

Maria e os Insetos

Depois de “Mary e os Monstros Marinhos”, a Cia. Delas volta com o tema da invisibilidade das mulheres na ciência em “Maria e os Insetos”. Dirigida por uma das integrantes do grupo, Thaís Medeiros, a peça marca a maturidade da companhia de mulheres, que estreou em 2001 trazendo o universo de Clarice Lispector para crianças.

Com gestos coreografados que bem desenham mundos interiores ​, as atrizes Fernanda Castello Branco, Julia Ianina e Paula Weinfeld se revezam de modo dinâmico no papel da protagonista, Maria Sibylla Merian, ilustradora científica nascida na Alemanha, em 1647 —uma mulher que foi tão pioneira quanto esquecida em tudo o que fez.

Num estonteante cenário-ateliê, que guarda incríveis surpresas, a peça tem trilha (Arthur Decloedt) que mescla paisagem sonora, música instrumental e canção letrada. Transporta a plateia para os ambientes vividos pela heroína, da casa de infância a uma floresta no Suriname, traduzida com densidade na iluminação (Wagner Freire).

Para além da produção sofisticada, fruto também da marca primorosa da direção de arte de Mira Haar, a força do espetáculo reside ainda numa direção geral que sabe jogar com o poder imaginativo do teatro, criando cenas para a criança embarcar numa aventura intimista com texto não linear, como a lembrança —talvez só um pouco longo.

Indicação da crítica: a partir de sete anos.

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