Crítica: Peça mostra universo de jovem catador de papel

Em "O Menino Mais Rico do Mundo", em cartaz no Ágora Teatro (centro de São Paulo), Danilo Dalfarra interage com a plateia e solicita seus comentários em momentos acertados.

O ator mostra também desempenho no papel solo de um catador de papel ao representar um dia na vida de João, pré-adolescente em situação de rua.

Isso coloca o espetáculo no limiar entre a contação de histórias e o monólogo teatral. Dalfarra está sozinho no palco, e o tema da peça são as sensações de João diante da cidade por onde vagueia com a sua carroça.

A direção de Bete Rodrigues provoca em todos os aspectos esse jogo no teatro. Como narrador, por exemplo, o personagem se comunica com o público. Como ator, revela o mundo interior do protagonista.

Crédito: Divulgação Danilo Dalfarra (foto) em cena da peça infantil "O Menino Mais Rico do Mundo", em cartaz no Ágora Teatro (centro de SP)

Outro exemplo: a carroça de João é feita de papelão reciclado, o que já mostra a metamorfose do material que cata para ganhar a vida, ao mesmo tempo em que revela utilidades imprevistas para a sucata.

No decorrer das cenas, a brincadeira se multiplica. Como ator, Dalfarra incorpora um menino feliz, apesar da condição social em que se encontra: acordar, trocar o que vendeu para reciclagem por alimento, distrair-se com passarinhos ou buzinas de carro.

O espetáculo é indicado para crianças a partir de 6 anos.

Informe-se sobre o espetáculo

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