Vibra SP tem a melhor visão de palco, som e conforto entre casas de shows da cidade

Palco de grandes nomes no passado, espaço tem hoje na programação seu calcanhar de Aquiles

São Paulo
Show do cantor Ferrugem, que veste um colete rosa e calça preta, com participação de Mari Fernandez, que usa um vestido claro acima do joelho, no palco na Vibra SP. Ao fundo está a banda. A plateia é iluminada com luzes vermelhas
Show do cantor Ferrugem na Vibra SP com participação de Mari Fernandez - Ronny Santos/Folhapress

Vencedora em visão de palco, som e conforto

Quando o assunto é estrutura, entre casas de shows com capacidade para 5.000 a 10 mil pessoas, é difícil ser mais completo que a Vibra São Paulo. Criado em 1999, o espaço foi pensado para os mais diversos tipos de apresentações, e em sua arquitetura é capaz de acolher desde os clientes mais endinheirados —nas luxuosas suítes —até os menos abastados— nas arquibancadas.

Além dos ambientes fixos, a pista também passa por metamorfoses a depender de seu uso. Tem show com mesas e garçons, no estilo churrascaria, tem o mistão com mesa e gente em pé, ou com todos de pé. Nessa última categoria, o público ainda pode se dividir entre a pista comum e uma área VIP, mais perto do palco.

Por ter sido feita considerando todas essas modalidades, a casa funciona melhor que a concorrência em todas elas. O Espaço Unimed, por exemplo, tem capacidade de público e formatação parecida, mas precisa improvisar uma estrutura de ferro para conseguir dividir a área das mesas para uma pista.

Localizada na marginal Pinheiros, zona sul de São Paulo, a Vibra é a vencedora das categorias visão de palco, som e conforto. Isso porque é quase impossível não ver ou ouvir com precisão um show —um combo essencial que aqui é potencializado.

É interessante observar que seus telões não são especialmente grandes nem têm muitos atrativos. De certa forma, são acessórios, quase desnecessários. É possível ter uma visão clara do palco em todos os ambientes da casa.

A pista é larga, o que permite que mais gente fique perto do burburinho. Ela também traz plataformas numa espécie de escada. Assim, quem está mais longe está também mais alto —o mesmo acontece com as mesas.

A melhor vista é reservada a quem está nas suítes —equipadas com banheiro particular e uma antessala com sofá e geladeira— e nas confortáveis poltronas dos camarotes. Nesses dois andares do meio, a plateia está praticamente na altura do palco.

Os telões são mais necessários para quem fica na arquibancada. No terceiro e último andar da casa, esse espaço lembra um estádio de futebol, em que o público tem cadeiras à disposição, mas espaço para ficar em pé à frente delas, e tem de olhar para baixo para ver o palco.

Se está mais distante dos artistas, a plateia das arquibancadas não está longe do som. As torres de amplificadores, posicionadas no alto do palco, são potentes, têm boa definição e não encontram dificuldade de propagação homogênea na arquitetura da Vibra, com pé-direito altíssimo.

O conforto se relaciona com visão e audição, mas vai além. A casa é espaçosa e fácil de circular. No ambiente anterior à chegada na pista, lembra um shopping, com escadas rolantes, banheiros amplos e o cheiro de pipoca subindo. É provavelmente a casa desta dimensão mais antiperrengue da cidade, com bares em todos os andares e atendimento veloz.

Só não é uma unanimidade por duas questões: transporte e programação. O ponto de ônibus mais próximo fica a uma caminhada de dez minutos, e é necessário andar por meia hora caso a opção seja o metrô —no caso, a linha Lilás, na estação Santo Amaro. De carro, só é perto para quem mora na região.

O preço por toda a estrutura de qualidade talvez recaia na programação. Hoje, a Vibra é usualmente preterida por gigantes da MPB e turnês internacionais. Sua agenda acaba preenchida por eventos de ingressos caros, mas com pouca relevância —uma banda cover do Queen ou um especial de Dia dos Namorados com Belo.

Ainda assim, suas paredes carregam uma história rica que resiste às mudanças de nome —do mais longevo Credicard Hall a outras empresas— e passa por Caetano Veloso e João Gilberto cantando em dueto na inauguração, há quase 25 anos.

O Oasis já tocou no estacionamento da casa paulistana. Os Racionais MC's gravaram por lá o registro audiovisual de seu show de 30 anos de carreira, com banda.

A vasta lista inclui ainda Bob Dylan, Lou Reed, Lauryn Hill, Red Hot Chili Peppers, Blur, The Wailers, Herbie Hancock, Ringo Starr e Eddie Vedder, entre muitos e muitos outros.

1999
Foi o ano de inauguração da casa, com show de João Gilberto e Caetano Veloso juntos no palco

Conheça
Também é possível ver bem o palco no Rockambole (r. Belmiro Braga, 119, Pinheiros)

Vibra São Paulo
Av. Das Nações Unidas, 17.955, Santo Amaro, região sul. Instagram @vibrasaopaulo. Programação em vibrasaopaulo.com

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