Parque Ibirapuera se torna vitrine de marcas e segue com marquise interditada
Gestão privada da principal área verde de SP planeja a construção de uma quadra de beach tennis
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
3 meses por R$1,90
+ 6 de R$ 19,90 R$ 9,90
ou
Cancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
A praça de alimentação reúne quiosques que exibem o logo do iFood. A alguns passos dali, carrinhos trazem marcas como Bacio di Latte e Oakberry. Mais adiante, uma quadra leva o símbolo da Nike.
Pode parecer um shopping, mas estamos no parque Ibirapuera, a principal área verde de São Paulo. O local completa dois anos sob gestão privada e, entre as mudanças pelas quais tem passado, a mais visível é a publicidade ostensiva de marcas e parcerias patrocinadas.
"Além de ser um parque importante, ele tem força comercial", diz Samuel Lloyd, diretor da Urbia, concessionária à frente do Ibirapuera e de outros parques paulistanos, como o Cantareira e o Horto Florestal. Em agosto, por exemplo, o Ibirapuera recebeu em apenas uma semana 520 mil pessoas expostas a essas marcas.
E essa parte comercial vai aumentar. Está em obras um novo espaço, patrocinado pela Centauro, que terá vestiários. Já os investimentos menos visíveis feitos pela empresa desde outubro de 2020 incluem drenagem de água, melhoria da fiação elétrica e reforma de banheiros, quadras e ciclofaixa. Também foram feitas recuperações na área verde.
Mas o que mais chama a atenção dos frequentadores é a ampliação da oferta de alimentação, principal causa de insatisfação do público, segundo pesquisa da empresa. Desde que a gestão passou para a iniciativa privada, foram abertos restaurantes, como o Selvagem, além de lanchonetes e da tal praça do iFood.
Limpeza e segurança foram as outras das melhorias apontadas por frequentadores com quem a reportagem conversou. Para monitorar o local, por exemplo, foram instaladas 50 novas câmeras.
Já na parte de programação, foram criados uma agenda semanal de eventos culturais, uma visita monitorada conduzida por guias em carrinhos elétricos, que custa R$ 25, e um sistema de locação de bicicletas unificado. Nos planos futuros, estão a construção de uma pista de skate e uma quadra de tênis de praia —ou beach tennis, como o paulistano gostou de chamar o esporte.
No entanto, o parque ainda esbarra em um imbróglio. Alvo de interdições desde 2019 por causa de problemas estruturais, a marquise projetada por Oscar Niemeyer continua fechada e sem previsão de ser reaberta.
A reforma do espaço, usado como área de lazer e pista de patinação, é de responsabilidade da prefeitura. A marquise só será repassada para a gestão privada após a conclusão das obras.