Fique em casa: mostra online exibe animações nacionais, incluindo curta de Alê Abreu

Programação gratuita no site do Itaú Cultural traz filmes produzidos desde os anos 1980

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São Paulo

Se a única coisa que pipoca na sua cabeça quando o assunto é animação são os filmes dos estúdios Disney e Pixar, a mostra Álbum Animado de Bestiários pode expandir seus horizontes.

Indicada para todos os públicos, a programação gratuita exibida pelo Itaú Cultural reúne dez filmes de animação produzidos no Brasil desde os anos de 1980 até hoje. É possível assistir às obras no site itaucultural.org.br até 30/7.

São três longas e sete curtas gravados com técnicas variadas, como 3D e stop motion, e cujas histórias misturam elementos fantásticos e situações cotidianas. O nome da mostra usa o termo “bestiário”, que costumava ser empregado para designar o mundo animal, para indicar a temática das produções.

Segundo Camila Fink, porta-voz do projeto, o recorte foi motivado por uma pesquisa sobre a história da animação brasileira que constatou que personagens animais aparecem com muita frequência.

“Quisemos trazer a questão da animação com esse recorte de tema em filmes com personagens ou protagonistas animais ou aqueles que usam animais para construir metáforas e fazer experimentos de linguagem.”

Com foco na produção nacional dos últimos 40 anos, a mostra também evidencia a diversidade e evolução de técnicas de filmagem.

Longa mais antigo da programação, “Boi Aruá!” (1983), de Chico Liberato, faz referências à cultura nordestina e conta a história de um fazendeiro que tenta capturar um boi misterioso.

Já “Brasil Animado” (2011), de Mariana Caltabiano, acompanha dois cães com personalidades distintas unidos na busca pela árvore mais antiga do país. O filme é pioneiro na utilização da técnica 3D e foi o primeiro longa-metragem de animação brasileiro dirigido por uma mulher.

O premiado “Tito e os Pássaros” (2018), de Gabriel Bitar, Gustavo Steinberg, André Catoto, completa a lista. A obra narra as aventuras de um menino para encontrar uma pesquisa sobre o canto dos pássaros que é capaz de livrar a humanidade de uma epidemia de medo.

Outro destaque é “Passo” (2007), curta-metragem de Alê Abreu, diretor de “O Menino e o Mundo” (2013). O filme metalinguístico apresenta a história de um pássaro enjaulado para falar dos sentimentos de seu criador.

A relação entre a arte e vida real também aparece em “Castillo y El Armado” (2014), de Pedro Harres. O curta, desenhado manualmente, é baseado na história do animador uruguaio Ruben Castillo, responsável pela direção de arte, retratado como um homem que divide seu tempo entre trabalho, família e pescaria.

Além desses títulos, Camila sugere para os pequenos os curtas “Meow!” (1981), de Marcos Magalhães, sobre um gato que precisa tomar refrigerante porque seu leite acabou; e “Poética de Barro” (2019), de Giuliana Danza, que narra em stop-motion a saga de uma criatura de barro que precisa enfrentar as dificuldades da vida.

Álbum Animado de Bestiários
Até 30/7 no site itaucultural.org.br. Grátis.

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