Jardim Botânico de SP passa por reformas e fica 150% mais caro após concessão
Espaço agora administrado por empresa privada viu preço da entrada saltar de R$ 10 para R$ 24,90
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Rodeado por lagos, árvores, trilhas e plantas, o Jardim Botânico de São Paulo está mais caro desde julho, meses depois de ter sido reaberto após a pandemia de Covid-19. Mais especificamente, com valores 150% mais altos.
O preço da entrada passou de R$ 10 para R$ 24,90 –comprando online, o bilhete sai por R$ 19,90.
Embora não leve a palavra parque no nome, a área verde na zona sul da capital está no pacote de parques públicos que foram cedidos à gestão privada pelo governo do estado —assim como Ibirapuera, Cantareira e Horto Florestal.
Desde dezembro do ano passado, o endereço é administrado pela Reserva Paulista, que venceu a licitação para comandar o local por 30 anos, com investimentos obrigatórios de ao menos R$ 70 milhões.
"Mesmo com o ajuste no valor do ingresso, o custo operacional das iniciativas não é sustentado pela receita gerada na bilheteria do parque. O déficit mensal, coberto pela concessionária, é de R$ 400 mil", afirmou a empresa.
A Reserva Paulista também abocanhou o Zoológico de São Paulo e o Zoo Safári, que dividem espaço com o Jardim Botânico dentro do parque estadual das Fontes do Ipiranga. O plano é transformar essa área conjunta de 1,1 milhão de metros quadrados em um complexo turístico chamado Biosfera Parque.
As mudanças trazidas pela nova gestão no Jardim Botânico são visíveis logo na entrada, com placas com mapas e informações sobre o local. Durante um passeio pelo parque quase centenário, observa-se reparos na marquise, em tendas, nos banheiros, na área de piquenique, além da poda de plantas. Também foi incluído um serviço médico de plantão, que não havia.
Além disso, o local reabriu atrações que estavam fechadas desde o início da pandemia, como a trilha da Nascente, uma das estufas e o Museu Botânico, reformado antes da troca de gestão e que ganhou o reforço de novos itens e espaços interativos.
Por outro lado, uma construção conhecida como "castelinho", que foi levantada no fim da década de 1970 para servir de cenário para uma produção de televisão, segue interditada desde 2019 por apresentar risco ao público. A Reserva Paulista afirma que o espaço será removido.
A professora Paula Tavares, 35, frequenta o Jardim Botânico desde criança e diz que percebeu melhorias na limpeza e conservação, mas reclama do novo preço do ingresso. "Agora tem que checar o orçamento, para ver se dá para visitar."