O pescoço é tão grande que chega a ser difícil enxergar a cabeça do gigante Patagotitan. Para quem tem medo de altura, chega a dar um frio na barriga ao olhar os 40 metros de comprimento e os oito metros de altura do dinossauro, que só podem ser alcançados com uma escada.
Com início marcado para este sábado, dia 10, a exposição "Dinossauros: Patagotitan - O Maior do Mundo" traz ao Brasil, pela primeira vez, uma reprodução do maior esqueleto já encontrado na história da paleontologia.
Após o atraso de uma semana por problemas na vinda dos fósseis e materiais da Argentina para o Brasil, o gigante Patogotitan mayorum, descoberto em 2013 na Patagônia argentina, quase ficou grande para os 2.700 m² do Pacubra, o Pavilhão das Culturas Brasileiras, no parque Ibirapuera, onde foi montado.
Com cerca de 102 milhões de anos, e estrutura capaz de deixar qualquer um boquiaberto, a ossada do bicho mede 40 metros e, estima-se, poderia chegar a pesar 74 toneladas quando vivo. Estudos apontam ainda que somente um coração de 200 quilos poderia bombear sangue suficiente para manter vivo um corpo desse tamanho.
Curador e responsável científico pela exposição, o paleontólogo e professor do Instituto de Geociências da USP Luiz Anelli lembra que, apesar de ser o maior do mundo e estrela da mostra, o Patagotitan não é o único protagonista da exposição.
"Temos outros dinossauros que são os maiores predadores do mundo. A exposição é uma história completa, tem dinossauros dos três períodos da era mesozoica", afirma.
No total, são 15 fósseis originais expostos, entre eles o próprio fêmur do Patagotitan, que pesa uma tonelada. Há ainda 20 réplicas de dinossauros, caso dos esqueletos completos, como a do brasileiro Buriolestes schultzi, que mede aproximadamente só meio metro de altura.
Apesar da diferença gritante de tamanho em relação ao primo gigante que dá nome ao evento, o Buriolestes tem ao redor de 233 milhões de anos e é ancestral do Patagotitan.
A exposição fica em cartaz no Brasil até o dia 4 de dezembro e conta apenas com espécies encontradas na América do Sul e materiais pertencentes ao MEF, o Museu Paleontológico Egidio Feruglio, na Argentina, que também traz à capital paulista o crânio de gigantossauro e um esqueleto de titanossauro.
Como uma aula, a visita tem início com um filme introdutório de oito minutos que contextualiza o que será visto depois. Ao passar pela primeira fase, monitores auxiliaram os visitantes a entender cada setor da mostra, que começa com os mais antigos exemplares e respeita uma linha do tempo.
A maior parte dos dinossauros não pode ser tocada, com exceção daqueles que estiverem sinalizados com a cor azul. Para as pessoas com deficiência motora ou dificuldade de locomoção, um profissional é designado para auxiliar a visita entre os fósseis.
Como toda exposição agora é também instagramável, fotos são permitidas por toda a mostra. No fim, há ainda um mirante projetado para que seja possível tirar uma selfie com o gigante Patagotitan. Além disso, um aplicativo de realidade virtual aumentada foi desenvolvido para que os visitantes vejam e tirem fotos, é claro, com quatro espécies de dinossauros.
Ao fim do roteiro, há ainda mais dois espaços instagramáveis para mais fotografias e uma área com escavação projetada para crianças.
Segundo a organização, a expectativa é que 250 mil pessoas passem pelo local, com até 4.000 visitantes por dia. Os ingressos custam a partir de R$ 40 e podem ser adquiridos na bilheteria digital ou na entrada da própria exposição.
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