Saiba como estão parques de SP cedidos à gestão privada, entre eles Ibirapuera e Cantareira
Concessões criam série de reformas e inaugurações, mas encarecem os preços nas áreas verdes
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
3 meses por R$1,90
+ 6 de R$ 19,90 R$ 9,90
ou
Cancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Uma mudança brusca tem sido desenhada nos parques públicos paulistanos nos últimos anos. A capital conta hoje com cerca de 120 áreas verdes, das maiores e mais frequentadas às menores e desconhecidas —e parte delas vem sendo cedida pelo governo e pela prefeitura à gestão privada.
Esse processo começou com a concessão do principal parque da cidade, o Ibirapuera, em 2019, em projeto iniciado por João Doria quando ainda era prefeito e finalizado por Bruno Covas, que morreu no ano passado, ambos do PSDB. O vencedor do leilão foi o consórcio Construcap, sob a marca Urbia, que vai administrar a área verde por 35 anos e deve fazer investimento mínimo de R$ 167 milhões.
A empresa também abocanhou outros parques mais periféricos: Eucaliptos, Lajeado, Tenente Brigadeiro Faria Lima, Jacintho Alberto e Jardim Felicidade, além do Cantareira e do Horto Florestal. Esses dois últimos estão sob o guarda-chuva do grupo desde abril deste ano e devem receber aporte de R$ 50 milhões ao longo de três décadas.
Outras áreas verdes que não são exatamente parques entraram na roda. O Jardim Botânico, o Zoológico de São Paulo e o Zoo Safári foram entregues à Reserva Paulista, que venceu o edital para administrar esses locais por 30 anos, com investimento de R$ 420 milhões.
Além das manutenções, o consórcio tem plano de transformar a área de 1,1 milhão de metros quadrados na zona sul que abriga os três endereços em um complexo turístico batizado de Biosfera Parque, com acessos integrados e novidades como um deque.
Os novatos dessa lista de gestões privatizadas são os parques Villa-Lobos, Cândido Portinari e Água Branca, leiloados em março deste ano pelo governo. Quem levou foi a Novos Parques Urbanos, que inclui o grupo Reserva Paulista. As mudanças nesses espaços, contudo, ainda vão levar alguns meses para serem iniciadas.
Nesta soma, já são 11 os parques com gestão privatizada, mais o complexo do zoológico. As licitações preveem reformas e permitem a exploração comercial. Os endereços que têm entradas gratuitas, porém, não podem passar a cobrar ingressos.
Por outro lado, aqueles que já cobravam pela entrada, como o Jardim Botânico e o parque da Cantareira, podem sofrer reajustes no valor do tíquete —e já ficaram mais caros.
Para visitar o Jardim Botânico, por exemplo, é preciso pagar agora 150% a mais. A Reserva Paulista afirma que o parque era deficitário e, para fazer melhorias, era preciso arrecadar mais. "O parque contava com orçamento para custeio das despesas e serviços de alimentação, loja na área de uso público e monitores, o que impactava diretamente nas demandas de zeladoria e infraestrutura."
"A administração saiu do Estado, que subsidia toda a gestão com os impostos. A gente não tem mais esse dinheiro bancando os serviços, então cada ingresso pago contribui para que aquela área seja preservada", diz Samuel Lloyd, diretor da Urbia, que gere oito parques.
Ao mesmo tempo em que fala da importância da preservação da natureza, Lloyd insiste em sublinhar as modernizações nos endereços sob concessão. Há planos até para a construção de um hotel no Cantareira.
"Quando a notícia da concessão chegou, as pessoas não entendiam o que seria isso. À medida que o tempo passar, tenho certeza que essa imagem e reputação das concessões privadas vão ficar para trás", afirma o diretor.
Como os editais de licitação exigem que a maior fatia dos investimentos deve ser feita nos cinco primeiros anos da nova gestão, visitantes que foram a esses parques nos últimos meses veem cada vez mais espaços reformados, novos restaurantes e passeios.
Conheça a seguir quatro parques concedidos e as mudanças feitas em cada um deles.
Parques sob gestão privada em SP
Água Branca
Cândido Portinari
Eucaliptos
Faria Lima
Floresta Cantareira
Horto Florestal
Ibirapuera
Jacintho Alberto
Jardim Botânico
Jardim Felicidade
Lajeado
Villa-Lobos
Zoo Safári
Zoológico de São Paulo