Descrição de chapéu Artes Cênicas
Teatro

SP ganha novas salas de teatro, que tentam preencher o vácuo dos fechamentos da pandemia

Endereços como Espaço Garganta e Fermenta apostam em plateias pequenas e mais intimistas

São Paulo

Durante os últimos dois anos, São Paulo viu teatros fecharem as portas e baixarem de vez as cortinas. Deixaram de existir casas como o Cemitério de Automóveis, de Mário Bortolotto, que depois foi reaberto em outro endereço. Isso sem falar no Instituto Cultural Capobianco e no Viga Espaço Cênico, que dará lugar a um prédio no bairro do Sumaré.

Alvenaria Espaço Cênico
Show da cantora Jessica Areias no Alvenaria Espaço Colaborativo - Divulgação

Dedicados em sua maioria a espetáculos pequenos, com plateias onde cabiam poucas dezenas de pessoas, esses endereços ainda não foram substituídos no circuito cultural paulistano. Mas alguns novos espaços estão nascendo e tentam preencher o vácuo deixado pelos fechamentos causados pela pandemia de Covid-19. É o caso de quatro salas inauguradas recentemente.

Aberto em outubro de 2021, o Espaço Garganta, na Vila Buarque, é uma espécie de herdeiro do Cemitério de Automóveis, abraçando a mesma linha de programação. Com capacidade para apenas 30 pessoas, o local tocado pelo Grupo II recebe o público com um bar próprio e tem programação voltada para espetáculos independentes e experimentais, além de leituras, oficinas e ensaios.

Nos próximos meses, o palco recebe o "Microfonada", evento com leitura de livros de poesia. Na sexta, dia 14, um grupo de 12 atores lê "Satélite", obra da atriz e poeta Carla Kinzo, por exemplo.

Já no Paraíso, o Teatro União Cultural foi revitalizado pelo ator Eduardo Martini, agora gestor do espaço. Além de receber espetáculos como "Tudo o que Eu Queria te Dizer", de Ana Beatriz Nogueira, o local também inaugura uma sala dedicada a montagens de pequeno porte.

Equipado com um piano de cauda e capacidade para 60 pessoas, o novo teatro leva o nome do diretor, ator e dramaturgo Elias Andreato e deve receber especialmente monólogos, leituras e shows acústicos. A programação deve ter início entre o final deste ano e o início de 2023.

Espaço Garganta
Guilherme Dourado e Daniela Schitini na peça "Viva Voz" no Espaço Garganta - Divulgação

Fora do circuito clássico, o Fermenta Cultural surgiu dentro da Fermentaria Jandira, um bar com opções de fermentação natural próximo ao Butantã. Sob a gestão da atriz Renata Jesion, a sala leva o nome do diretor inglês Peter Brook e tem capacidade para receber 30 pessoas.

Permanece em cartaz até o dia 21 de outubro o solo "Deprisa Jinji", de Danilo Marques, estrelado por Lianna Mateu. Para o ano que vem, está previsto um festival de clown.

Já na Pompeia, o Alvenaria Espaço Colaborativo surgiu em 2018 como sede do Núcleo Alvenaria de Teatro, também abrigando ensaios, leituras e oficinas. Sem nunca ter sido efetivamente inaugurado, o endereço permaneceu fechado até o ano passado, quando passou a receber o público num bar e passou a receber shows e espetáculos.

A área externa, que abriga o projeto Musiqueria, com shows independentes, tem capacidade para 50 pessoas, enquanto a área interna acomoda até 30 espectadores. A programação foi retomada com montagens da companhia que comanda o endereço, como "Codinome Madame" e "Madame e a Faca Cega". Em 2023, a ideia das curadoras Bia Toledo e Tati Bueno é retomar a temporada musical.

Por fim, o Teatro Sérgio Cardoso, conhecido como um dos principais espaços culturais da cidade, abriga agora uma programação voltada para o mundo digital, dando continuidade às transmissões que iniciou durante a pandemia. A instituição ocupou as salas Nydia Lícia e Pascoal Carlos Magno com seis câmeras de resolução digital 4K.

As montagens em cartaz por ali serão gravadas e terão seus registros disponibilizados no site Teatro Sérgio Cardoso Digital, que funcionará como uma sala de teatro online, numa aba da plataforma #CulturaemCasa, da Secretaria Municipal de Cultura. As produções serão disponibilizadas gratuitamente por um período de tempo.

NOVAS SALAS EM SP

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