Com um espaço de dois andares e área ao ar livre, a doceria Romeo e Julieta é um dos cafés preferidos em Perus, na região norte de São Paulo. O ambiente com decoração retrô atrai o público como uma das opções para quem quer fazer uma boquinha depois do almoço.

Inaugurada em 2015, a loja tem trajetória que coincide com a história da proprietária, Joice Ponciano, de 33 anos. Em meio à crise econômica e com receio do marido ser demitido do emprego como metalúrgico, ela se antecipou e decidiu criar a confeitaria.

Foi assim que abriu uma pequena porta em frente a uma escola, onde começou a vender brigadeiros para os estudantes —mas quem se interessou mesmo foram as mães e os pais dos alunos. "Nossa intenção era só arcar com as despesas, não havia ainda uma estratégia. Só fazíamos doces, mas, mesmo que simples, desde o começo pensamos em uma decoração, o que atraía públicos para além das crianças", conta.

O público aumentou quando as sobremesas próprias foram criadas. "Isso atraiu a curiosidade. As pessoas tiravam fotos, indicavam aos amigos. Chegava a ter filas de espera", lembra Ponciano.

Com o sucesso que o estilo retrô do café fez, o espaço se mudou para um local maior depois de um ano. Em meados de 2019, trocou de novo de endereço, ainda maior.

Entre os destaques da casa, o Gran Gateau, que custa R$ 45,50, é um dos queridinhos, ao lado do Gran Romeo, vendido por R$ 41,50, que foi a primeira sobremesa do cardápio. Ambas são feitas com bolo de chocolate e sorvete.

Outros atrativos são os mini-escondidinhos, a partir de R$ 19,50, servidos no almoço. Feitos com batatas, requeijão cremoso e queijo gratinado, são servidos com recheios de carne seca, peito de peru, frango e calabresa. Para os vegetarianos há as opções palmito e queijo branco.

A doceria também oferece bolos a partir de R$ 75,50 e cestas de aniversário, que podem ser pedidos por delivery pelo iFood ou pelo aplicativo próprio, chamado Romeo e Julieta.

A veia para criar negócios veio cedo. Nascida e crescida no bairro de Perus, Ponciano teve o primeiro contato com o mundo do empreendedorismo aos dez anos, quando acompanhava os tios em um comércio de joias.

Aos 19, ela se formou em enfermagem, mas continuou vendendo bijuterias para as colegas da faculdade. Foi quando montou uma banca de acessórios femininos no calçadão em frente à estação de trem de Perus. "Desisti por conta do policiamento. O comércio não era autorizado, e um dia os policiais chegaram muito agressivos, então optei por parar", conta.

Tentou seguir no mercado de trabalho como enfermeira, até que abriu a doceria. A inspiração para inaugurar o estabelecimento veio de uma conhecida que havia montado uma loja parecida na zona leste, onde vendia brigadeiros, doces, bolos no pote e cones.

"Consegui alcançar esse equilíbrio, mas sempre busco melhorar cada vez mais", comenta.