Restaurante judaico do Z Deli é reaberto nos Jardins com salão modernizado e novo menu
Endereço tradicional, fundado em 1981, estava fechado desde o ano passado para reforma
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O salão do Z Deli voltou a ficar em festa. Não o da hamburgueria premiada, mas o do restaurante judaico fundado em 1981, que estava fechado para reformas desde abril de 2023.
Há três semanas, a casa recebe novamente o público com salão e menu reformulados. No último fim de semana, famílias com avós e crianças e grupos de amigos lotavam o salão, ampliado para cerca de 60 lugares ao incorporar o imóvel ao lado, na esquina da rua Haddock Lobo com a alameda Lorena, na região dos Jardins.
Foi nesse endereço que três amigas judias —Rosa Raw, Zenaide Raw e Lonka Lucki— fundaram, há quatro décadas, o Z Deli. Elas importaram o conceito das delicatéssens (ou delis, na abreviação) de Nova York, tipo de rotisseria que vende conservas, pães e outras comidas mais rápidas, algo novo na capital paulista.
"Elas marcaram muito a época com uma comida boa servida de forma simples, mas com a pegada cosmopolita de Nova York e da Europa", diz Julio Raw, neto de Rosa, que comanda o negócio ao lado do sócio Bruno Mester. "Essas três mulheres apresentaram a comida judaica de forma leve e levaram as delis do Bom Retiro para o meio dos Jardins. Durante 30 anos, o restaurante ficou bombando", completa.
Em 2011, Julio modernizou a marca ao criar a sanduicheria Z Deli, hoje com unidades nos Jardins, Pinheiros e Centro. Pouco antes da pandemia, o restaurante passou por uma reforma para trocar os micro-ondas usados lá e implementar um bufê —o sistema, porém, deixou de ser atraente após a Covid. Por isso, os sócios decidiram modernizar mais uma vez o endereço. O principal desafio, diz Julio, foi trazer a marca tradicional para a "juventude".
A principal mudança foi no ambiente, que ganhou ar classudo, com mesas de mármore, poltronas estofadas, ladrilhos e luz baixa. Julio define o novo Z Deli como um bistrô de comida da Europa Oriental sem frescura. Tanto que os preços não acompanham o que se esperaria de um restaurante do tipo na região.
O prato mais caro do cardápio é o peixe assado recheado com azeitonas, alcaparras e aliche, que custa R$ 189 para duas pessoas. Receitas clássicas da casa foram mantidas, e outras adicionadas. Os sanduíches que fizeram a fama do Z Deli também estão lá.
Nas entradas, continua o patê de fígado de galinha (R$ 19) e o prato misto (R$ 69), que combina saladas de ovos e de pepino, babaganush, coalhada e azeitonas, para comer com pão. Nos principais, o cholent (R$ 78) é um tipo de feijoada com cozido de carnes, feijão-branco, fava e cevada.
O menu agora é all-day, servido sem intervalo da manhã à noite, todos os dias da semana. A partir de janeiro, terá ainda café da manhã. No próximo mês, uma área externa será aberta e vai aumentar a capacidade para 90 lugares.
Julio trouxe Benê Souza, chef que estava à frente do Virado, para comandar a cozinha; e Danilo Nakamura para assinar a carta de drinques do bar, com um balcão que se estende para uma janela voltada para a rua —de onde o público pode pedir drinques enquanto espera uma mesa. No último fim de semana, a calçada estava abarrotada. Fica, por isso, a dica de fazer reserva.