Cantor Gerônimo Santana mostra sua axé music no palco do Sesc Pompeia

Da mesma geração de nomes como Luiz Caldas e Sarajane, artista faz show neste sábado (9)

Fernando Silva
São Paulo

O cantor baiano Gerônimo Santana desembarca neste sábado (9) no Sesc Pompeia para mostrar o espetáculo “O Pagador de Promessa”. Nele, exibe um pouco da ideia nascida há 13 anos nas escadarias da Igreja do Santíssimo Sacramento da Rua do Passo, no centro histórico de Salvador.

“Ao perceber que o axé music estava começando a perder força aqui [na Bahia], iniciei este projeto”, explica o artista. “Eu ensaiava com minha banda uma vez por semana e o ensaio virou show.”

Tornou-se um baile no cenário imortalizado pelo filme "O Pagador de Promessas", do cineasta Anselmo Duarte (1920-2009), vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes em 1962 e inspirado em obra do escritor e novelista Dias Gomes (1922-1999).

Para Gerônimo, o compromisso foi de abrir portas ao axé. Ele é da mesma geração de nomes como Luiz Caldas, Banda Reflexu’s e Sarajane, que na década de 1980 começou a romper o muro em rádios e TVs.

Sua música mescla axé, guitarrada, lambada e ritmos caribenhos e fala de religiões afrobrasileiras, de Carnaval e da cultura baiana.

Cantor e compositor Gerônimo Santana faz show no Sesc Pompeia
Cantor e compositor Gerônimo Santana faz show no Sesc Pompeia - Tassia Catarina/Divulgação

No Sesc, ele cantará sucessos como “É D’Oxum”, gravada pelo MPB 4 para a trilha sonora da novela "Tenda dos Milagres" (Globo, 1985), e “Dentro da Minha Cabeça”, registrada pela banda A Cor do Som.

E não faltarão novidades, caso de “Cama e Tesão”, que trata da onipresença do celular no século 21.

Aos 65 anos, ele fala com orgulho de sua obra. Conta, inclusive, a história de “Eu Sou Negão”, de 1987, também garantida no repertório. Segundo o cantor, ela surgiu por acaso, em uma apresentação no hotel Quatro Rodas (hoje, Deville) para a gravadora RCA Victor.

"Notei que aquela galera queria saber de sexo, drogas e rock'n'roll e pensei 'não vou brigar com esses caras'", relembra. "Então, passei a criar uma música na hora, um samba-reggae, e um radialista chamado Pedro Santiago gravou 15 minutos do meu improviso em fita cassete. Depois, editou em sete minutos e começou a tocar na rádio dele."

A faixa cujo tema era as mudanças que ocorriam no Carnaval baiano, do choque de blocos afro e de trios elétricos, vingou. “[Ela] É uma comoção. Toda vez que começo a tocá-la é sucesso, brother”, diz ele.

Gerônimo Santana

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