The Fall mistura restaurante, bar e balada para tentar concorrer com Pinheiros
Casa na zona norte de SP serve drinques, recebe nomes do rap e tem parmegiana às três da manhã
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
3 meses por R$1,90
+ 6 de R$ 19,90 R$ 9,90
ou
Cancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Quem caminha perto do metrô Parada Inglesa se depara com uma nova fachada que gera dúvidas. Dependendo da hora, o espaço lembra um restaurante, um bar, às vezes uma balada. É ali que funciona o The Fall –a queda, em inglês–, que é uma mistureba de tudo isso.
As paredes da casa, inaugurada há três meses na zona norte de São Paulo, são marcadas por um cinza que lembra cimento queimado, como as paradas do metrô. A cor surge com os grafites, que tomam uma delas. O clima urbano é completo por duas máquinas de fliperama.
Quem aparece por ali de dia conhece a pegada de restaurante. A cozinha é comandada por Enzo Medeiros, chef e um dos donos, que prepara pratos baseados em comidas de rua do mundo todo.
Um dos destaques é o Orange Chicken, frango frito com molho de laranja coberto com gergelim. A porção custa R$ 40. Há ainda um sanduíche de inspirações cubanas, feito com barriga de porco desfiada e picles de abacaxi, e o Cordon Bleu, sanduíche de ares franceses com filé de frango. Ambos saem a R$ 45.
Ainda há pratos principais, como costela braseada, feijoada servida às quartas e sábados, virado à paulista que chega às mesas sextas e também macarrão vegano.
Medeiros toca a casa com a mulher, Rafaella Hollerbach. Ambos convidaram Thiago Goshomoto para montar a carta de drinques autorais do The Fall, bartender com quem o chef trabalhou no Taka Daru, restaurante em Pinheiros. "Nossa única exigência era que fosse algo criativo", diz.
Desse pedido surgiu drinques como o Moskito, inspirado em um skatista que sempre aparece na casa, feito com melaço de romã, refrigerante natural de uva verde, gim e limão, no valor de R$ 35. Já o The Mule, com shrub de cambuci e espuma de capim santo, custa R$ 25.
Os drinques começam a sair com mais frequência quando o dia começa a morrer e a noite toma a cidade. É quando o perfil de restaurante começa a dar lugar à vocação de casa noturna da casa.
Às sextas e aos sábados, a partir das 20h, o The Fall se transforma em balada e recebe diferentes tipos de shows, com apresentações e DJs até as 4h. Na casa, apresentam-se principalmente nomes do trap e do rap, o que faz com que o local venha se consolidando como um reduto para esses estilos.
"Você vê pelas próprias batalhas de rima. Eles não têm um lugar onde possam cantar, então a gente quis dar essa abertura", afirma o chef.
Mas uma coisa não mata a outra. O restaurante continua funcionando normalmente, com o público bebendo e beliscando pratos em porções em pé, mais solto para curtir os shows.
"A gente não deixa de servir uma parmigiana às três da manhã", diz Medeiros. Toda essa mistura surgiu para tentar evitar o êxodo de moradores da zona norte para outros bairros da cidade, como Pinheiros e Vila Madalena.
"Lá tem restaurantes bonitos, com comida boa e carta de drinques melhor ainda. Aqui na zona norte é difícil achar isso", diz. Para ele, quando um restaurante cumpre esses requisitos na região, ele geralmente apresenta um menu com preços muito mais altos.
Mas o processo de atrair o público ainda é lento, confessa o chef. "Se você tem dinheiro para ir ao McDonalds, você consegue comer e beber também aqui."