Nos últimos anos, a cena da coquetelaria de São Paulo ganhou corpo, técnica e se estabeleceu. Agora, o que não falta à cidade são balcões dedicados a preparar bons drinques, em casas especializadas ou em restaurantes, que também começaram a investir em seus bares.
Para o italiano Fabio la Pietra, à frente do SubAstor, a cidade teve um dos crescimentos mais empolgantes dos últimos dez anos. "A demanda era muito mais clássica. Além disso, vendíamos cerca de 80% menos de coquetéis do que hoje", compara ele, que está no bar desde 2013.
Michelly Rossi, hoje do Bar dos Arcos, acrescenta que a coquetelaria não só ganhou um enfoque mais técnico, como também se profissionalizou. "Antigamente, se o bartender não estava disponível, um garçom ia lá e preparava um coquetel. Agora, as pessoas se especializaram e se atualizaram."
Assim como nos restaurantes, a preocupação com os ingredientes também ganhou espaço nos bares. Mais do que se preocupar com a qualidade dos destilados e fermentados que usam, os profissionais começaram a se dedicar cada vez mais ao preparo dos insumos usados nas receitas.
O resultado desta evolução aparece em prêmios internacionais —desde 2017, bares paulistanos integram o ranking do 50 Best Bars— e nos balcões que não param de aparecer na cidade. Como opção para beber bem em São Paulo é o que não falta, conheça dez novos bares abertos nos últimos dois anos.
Amargot
No Itaim Bibi desde abril, tem a proposta de apresentar o mundo da coquetelaria para quem quer aprender a beber e apreciar o amargo. Assinada por Gabriel Queiroz e Sylas Rocha, a carta é dividida entre drinques amargos, marcantes, frutados e refrescantes, além de trazer gins-tônicas e clássicos. Os preços vão de R$ 29 a R$ 45 —mas o menu adverte que quem pedir receitas como mojito, blood mary e long island pagará R$ 50 pela bebida, porque essas eles não gostam de preparar e cobram a mais. Para comer, há sanduíches e petiscos.
R. Professor Atílio Innocenti, 229, Itaim Bibi, região oeste, Instagram @amargotbar
Cariri Cocktail
Paraibano, o bartender Marquinhos Felix resolveu homenagear a região nordestina do Cariri na casa, inaugurada em março. A carta lista 32 drinques, entre clássicos e autorais, com valores entre R$ 38 e R$ 42. Uma dica é a bebida que leva o nome do bar. Por R$ 39, é feito com cachaça, Cynar, vermute tinto e bíter de aipo. O drinque deu a Felix o título de campeão no World Class de 2016. Para comer, tem hambúrgueres e petiscos.
R. França Pinto, 1.140, Vila Mariana, região sul, Instagram @cariricocktail_
Carrasco
Elegante e pequeno, o bar fica escondido dentro do premiado Guilhotina, em Pinheiros. Assim como no irmão mais velho, quem assina a carta ali é Spencer Amereno Jr. São 21 receitas, entre clássicos e autorais, com valor único de R$ 47. Todas são executadas pela bartender Cris Negreiros, que não hesita em sugerir receitas para agradar o paladar da clientela. E, sim, as cartas do Carrasco e do Guilhotina são diferentes.
R. Costa Carvalho, 84, Pinheiros, região oeste, Instagram @ocarrascobar
LoHi
Escondido há seis meses no Selina, fica aberto de terça a sábado até as 3h. Comandado pelo pessoal do Koya88 e do Bagaceira —ambos na rua Jesuíno Pascoal, na Vila Buarque—, tem uma carta de drinques autorais que varia de R$ 35 e R$ 45. Outro destaque é o menu de comidinhas, com petiscos veganos de pegada japonesa. É recomendado fazer reserva.
Selina Aurora - av. Vieira de Carvalho, 99, República, região central, Instagram @lohi.sp
Nu i Cru
Há um ano serve coquetéis autorais e clássicos de quinta a domingo dentro da Casa das Caldeiras, que está com programação de festas gratuitas. Assinada por Lula Mascella, a carta indica se aquela receita é cítrica, amarga ou tem um toque salino, por exemplo. São 12 drinques, com valores entre R$ 24 e R$ 36. Há também sanduíches e porções da Sow Burger para comer.
Casa das Caldeiras - Av. Francisco Matarazzo, 2.000, Água Branca, região oeste, Instagram @nu.i.cru
Pina
Desde setembro de 2021 na Barra Funda, o balcão do bartender Gabriel Szklo tem a proposta de oferecer drinques autorais a preços amigáveis, sempre em copos de boteco e com protagonismo da cachaça. Os valores ficam de R$ 24 a R$ 38. A carta indica qual o gosto das bebidas, com opções como o Flerte Fatal (R$ 26), com cachaça, Aperol, licor, limão-siciliano, uísque e Amargo Chuncho. Dica: o bar abre às segundas-feiras.
R. Brigadeiro Galvão, 177, Barra Funda, região oeste, Instagram @pina.drinques
Santana
Aberta em 2020, a primeira casa própria do bartender Gabriel Santana traz uma carta com mais de cem coquetéis. Enquanto os clássicos são apresentados em ordem cronológica, de acordo com o ano de criação, os autorais são elegantes e criativos. Os valores variam de R$ 35 a R$ 60, apesar de haver uma opção de dry martíni por R$ 92. É outra casa que abre às segundas-feiras.
R. Joaquim Antunes, 1.026, Pinheiros, região oeste, Instagram @_santanabar
Terê
Cerca de 350 metros separam o mais novo bar da Vila Buarque, no centro, de seu irmão mais velho, o Regô. Embora também abra espaço para vinhos, a casa mergulha no universo da coquetelaria, com sete drinques autorais, além de 16 clássicos, com preços que partem de R$ 30 e chegam a R$ 80. A casa primogênita, por sua vez, prepara cerca de 60 receitas. Luiz Mascella é quem assina a carta dos dois endereços.
R. General Jardim, 427, Vila Buarque, região central, Instagram @ao.tere
The Punch
O bar de drinques de estilo japonês de Ricardo Miyazaki é elegante e discreto. Dentro de uma galeria pertinho da avenida Paulista, o local solicita aos clientes que façam reservas, com hora para chegar e para sair. O objetivo é priorizar a hospitalidade e o atendimento. Extensa, a carta se divide entre coquetéis à base de uísque, de gim, de rum, de tequila, de cachaça, com preços que começam em R$ 45.
R. Manuel da Nóbrega, 76, loja 17, Paraíso, região oeste, Instagram @thepunchsp
Trago
Os bartenders Fabio Mec e Ciro Tupinambá escolheram a Barra Funda para montar seu primeiro balcão próprio, em setembro de 2020. A carta se divide entre clássicos, releituras, autorais e gins-tônicas, com valores de R$ 27 a R$ 35. Recentemente, a casa ganhou um irmão mais descontraído, o Es.Trago, do outro lado da rua.
R. Sousa Lima, 174, Barra Funda, região oeste, Instagram @trago_bar
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