Real e virtual, natureza e tecnologia, humor e poesia. “O Mundo de Hundertwasser”, espetáculo de Raul Barretto e Helena Cerello, é composto de duplos, não necessariamente contrários ou antagônicos.
Com direção de Alvaro Assad, a peça explora linguagens não verbais, da mímica, do circo e das artes visuais, para contar a história do encontro de uma menina, Branca, que tem como janela de mundo as muitas telas da infância contemporânea, e um multiartista, o austríaco Friedensreich Hundertwasser (1928-2000), criador de obras cheias de discussões ambientais.
Seguindo a tendência de montagens que pesquisam as linguagens audiovisuais no teatro, a peça tem bons momentos de experimentações entre o real e o virtual. Numa coreografia cênica que tende a se tornar mais e mais orgânica, acreditamos no mundo de cores que o artista faz jorrar das animações ou nas confusões da divertida Branca ao se enrolar na espiral de fios projetada no telão.
O humor projetado nos corpos da dupla em cena é bem balanceado com o lirismo das imagens projetadas no videocenário. A trilha sonora (verdadeira paisagem) feita por Marcelo Pellegrini ajuda a plateia a adentrar este universo, em que tudo soa tão estranho quanto familiar.
Talvez dê vontade de deixar o tablet de lado e sair para brincar numa pracinha.
Indicação da crítica: a partir de 5 anos
Sesc Consolação - teatro Anchieta - R. Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, região central, tel. 3234-3000. 280 lugares. Sáb.: 11h. Até 15/12. Ingr.: R$ 5 a R$ 17. Menores de 12 anos: grátis.
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