Vencedor da competição brasileira de longas e médias-metragens do Festival É Tudo Verdade 2018, o documentário “Auto de Resistência”, dirigido por Natasha Neri e Lula Carvalho, retrata casos de homicídios cometidos por policiais contra jovens no Rio de Janeiro.
Classificados pelos PMs e pela justiça como auto de resistência, ou seja, legítima defesa, os casos na sua grande maioria envolvem jovens negros moradores da periferia.
No filme, o sociólogo da UFRJ Michel Misse informa que, entre 2002 e 2010, cerca de 10 mil mortes no estado do Rio foram registradas como auto de resistência, quando a polícia mata alguém em um suposto confronto.
Além do estudioso, o documentário tem depoimentos de mães de jovens mortos em chacinas no Rio, como a de Costa Barros (2015), na zona norte, em que cinco foram mortos por 111 disparos de policiais.
O longa também acompanha audiências e depoimentos de policiais, familiares de vítimas e sobreviventes.
Até uma reconstituição da cena de um crime com uma das mães é apresentada.
A vereadora carioca Marielle Franco, morta em março, em circunstâncias ainda não esclarecidas, o deputado estadual Marcelo Freixo e o ex-secretário de Segurança José Mariano Beltrame também aparecem no longa.
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