Documentário "Dzi Croquettes" leva purpurina às telas

Liza Minnelli, Miguel Falabella, Pedro Cardoso, Ney Matogrosso e Claudia Raia marcam presença no documentário "Dzi Croquettes", que estreou neste fim de semana. Os artistas estão lá, entre outras personalidades do cenário cultural brasileiro, como Gilberto Gil, Nelson Motta e Luiz Carlos Miele, para falar --e elogiar-- do grupo homônimo, ícone da contracultura brasileira nos anos 1970, em pleno regime militar.

Crédito: Divulgação

Aos depoimentos, o filme mescla imagens da turma em um espetáculo realizado em Paris, em 1973, de uma TV alemã. Os diretores Tatiana Issa, 36, e Raphael Alvarez, 35, iniciaram o projeto em 2007, quando saíram de Nova York, onde moram, para filmar os integrantes da trupe que residem no país.

Dos 13 que formavam a companhia, apenas cinco estão vivos; três deles foram assassinados.

Sob o comando do bailarino Lennie Dale, morto em 1994 em decorrência da Aids, assim como outros três componentes, o Dzi Croquettes é precursor do teatro besteirol. Vestidos com roupas de mulher --compondo um visual andrógino--, eles levavam aos palcos um show irreverente e debochado, que misturava teatro, dança e humor.

Considerando a importância do Dzi Croquettes, o longa cumpre uma função histórica, mas se mostra muito didático, ao entregar ao espectador que o objeto a ser apresentado tem grande relevância para os autores.

Fica clara a relação afetiva da diretora com o filme. Tatiana é filha de Américo Issa, que trabalhou com o grupo e morreu em 2001. "É o resgate de uma memória pessoal, uma declaração de amor", afirma a cineasta, que acompanhou o grupo quando pequena, durante turnê em Paris.

Por que ver

Melhor documentário segundo o júri e o voto popular no Festival do Rio, e vencedor do Torino GLBT Film Festival, "Dzi Croquettes" deve emocionar principalmente quem não tem medo de pluma e purpurina --em excesso.

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