Alceu Valença lança DVD com obra da década de 1970; veja bate-papo

"Eu vivo e revivo tudo isso. Os mesmos arranjos, o mesmo som, a mesma roupa. A cabeleira, menor. A barba, branca. Mas a vitalidade é a mesma", diz, do outro lado da linha, a voz inconfundível de Alceu Valença.

No ano em que completa 70 anos, o pernambucano lança o DVD "Vivo!Revivo" —gravado no Teatro Santa Isabel, em Recife, no fim de 2015—, no qual revisita sucessos de sua discografia da década de 1970. Ele reúne no repertório canções dos discos "Molhado de Suor" (1974), "Espelho Cristalino" (1977) e "Vivo!" (1976).

Alceu Valença
O músico pernambucano faz três shows no Sesc Pinheiros - Yanê Montenegro/Divulgação

"Eu gosto de me expressar com as coisas mais profundas. Com as minhas coisas primais, que me formaram."

Nessa toada, Alceu faz três shows no Sesc Pinheiros, nesta sexta (18), no sábado (19) e no domingo (20). Os ingressos já estão esgotados. Confira abaixo o bate-papo com o músico.

Sesc Pinheiros - R. Pais Leme, 195, Pinheiros, tel. 3095-9400. 1.010 lugares. Sex. (18) e sáb. (19): 21h. Dom. (20): 18h. 90 min. 10 anos. Estac. a partir de R$ 7,50. Ingressos esgotados.


De onde surgiu a ideia de fazer o DVD?

A ideia era reunir toda a minha obra da década de 1970. Inclusive, e modéstia à parte, coube em mim o mesmo paletó que eu usava nesses anos. Só as fitinhas que eu tive que trocar. Os arranjos são os mesmos e os tons, graças a Deus, também.

A minha voz não perdeu absolutamente nada. Eu nunca fui da velha guarda, da Jovem Guarda ou do tropicalismo. Era um artista que estava chegando com um novo som.

Um repórter uma vez definiu o meu som como "o rock que não é rock". E eu gostei muito, porque reflete as minhas circunstâncias: sou do interior de Pernambuco, coloquei uma timbragem diferente dos elementos do Nordeste no som do rock. Você vai ouvir e achar que é a mesma coisa que lancei na década de 1970. A única diferença é que este novo nós gravamos ao vivo.

Por que a escolha de "Vivo!Revivo" como título?

É reviver o tempo, e o tempo é três: presente, passado e futuro, ao mesmo tempo. O presente a gente vive. Do passado, a gente fala sobre ele. E o futuro a gente projeta.

O que você acha que mudou de lá para cá no cenário musical no país?

Eu mudo do jeito que eu quero, e as pessoas também fazem isso, cada qual faz a sua. Eu vou fazendo a minha coisa, eu sou cantor, e a minha cena musical é minha, não tem a ver com as outras.

O tempo vai passando, as coisas vão mudando e eu continuo sendo aquele artista que faz o que gosta de fazer, que não tem dono.

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