CineSesc é eleito o cinema com a melhor sala especial pela oitava vez

Desde 1979 na rua Augusta, o cinema tem a programação voltada aos títulos cult e às mostras

São Paulo

Octocampeão: este é o título que o CineSesc ostenta agora por ser eleito em oito das 11 eleições promovidas pelo Guia como o melhor na categoria sala especial. Ele é quase um hors-concours.

Desde 1979 na rua Augusta, o cinema tem a programação voltada aos títulos  cult e também às mostras. Entre os destaques, o Festival Sesc Melhores Filmes chega neste ano à sua 44ª edição e reúne longas que se destacaram no ano anterior, escolhidos pelo público e pela crítica.

Além de prezar pelo que apresenta aos cinéfilos de carteirinha que frequentam o local, o CineSesc se preocupa, ainda, com as questões estruturais da exibição, tais como conforto, projeção e som.

Com uma tela de respeito, são 16 m x 8 m —um tamanho impressionante se comparado aos cineclubes da cidade—, a sala dispõe de 279 lugares com poltronas confortáveis e som Dolby Digital 7.1. Pode projetar títulos em 35 mm, DCP (projeção digital com padrão de filme em película) e produções em 3D e 4D

Recém-reformado, o bar que fica dentro da sala é uma atração à parte. Lá, são oferecidos petiscos e bebidas, como cerveja ou dose de uísque.  

Vale aqui uma menção à sala do Instituto Moreira Salles (leia na página ao lado), uma novíssima concorrente à altura do CineSesc.

 

SALAS ESPECIAIS

CCBB
Inauguração: 2001; sala: 1
O destaque do cinema do centro cultural é a ótima programação de mostras, para os fortes que resistem à  temperatura congelante de sua única sala. O cinema é pequeno, com 70 lugares, e a tela tem um risco do lado direito de quem assiste. A primeira fileira é bem próxima da tela e é feita de cadeiras normais, não de poltronas do cinema, e o bebedouro não funcionava no dia da visita. Antes de entrar na sala, os espectadores precisam esperar em pé, em uma fila, em um corredor apertado. Segundo o CCBB, o espaço está trabalhando os problemas apontados, e os equipamentos, como o bebedouro, passam por constante manutenção e regulagem.

Centro Cultural São Paulo
Inauguração: 1982; salas: 2
Aqui, há duas bilheterias separadas, uma para a programação de teatro e shows, outra para a o cinema, do circuito Spcine. Algumas sessões de mostras são gratuitas. E exibe também filmes em cartaz no circuito, como o indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro “The Square - A Arte da Discórdia”. As antigas poltronas desconfortáveis permanecem nas salas. Assim como em outros centros culturais, não espere encontrar pipoca à venda, mas o café do local tem muitas opções de sanduíches, como o hamburgão (R$ 6). 

Cinemateca Brasileira
Inauguração: 1997; salas: 2
Guardiã da memória do cinema nacional, enfrenta há anos uma grande crise financeira e de gestão. Os cinéfilos, que frequentam o local atrás de mostras que recordam a produção brasileira, como a atual mostra em cartaz, Acervo em Foco, sentem nas duas salas o problema: elas, a Petrobras e a BNDES, têm funcionado em esquema de rodízio. A visita do Guia ocorreu na BNDES, a maior, que continua em bom estado. 

CineSesc
Inauguração: 1979; sala: 1
Vencedor da categoria melhor sala especial. Leia a avaliação acima.

Cinusp Paulo Emílio
Inauguração: 1993; sala: 1
O pequeno espaço com poltronas comuns de salas de cinema fica dentro da Universidade de São Paulo e é aberta a todos os cinéfilos —estudantes ou não. Capaz de abrigar cem pessoas, tem programação variada, que inclui mostras temáticas, como a atual, Corpo Desperto, com filmes que retratam a transição da adolescência para a vida adulta. O cinema não foi avaliado porque não havia sessão no dia dedicado à visita.

Instituto Moreira Salles
Inauguração: 2017; sala: 1
No mais novo cineclube da cidade, a programação é feita pelo cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho (“Aquarius”). Filmes cult do circuito, como “Paulistas” e “Visages Villages”, exibições especiais e mostras, a exemplo do ciclo Kenji Mizoguchi, dividem o espaço. Instalada no terceiro andar da sede paulistana do IMS, o espaço acomoda 145 espectadores, que podem, inclusive, acompanhar a exibição sentados no mezanino dentro da sala. Quem quiser fazer um lanche antes ou depois da projeção, pode desfrutar das delícias do café Balaio. Mas um aviso aos amantes de pipoca: a entrada na sala com o quitute não é permitida. 

Matilha Cultural 
Inauguração: 2009; sala: 1
A programação do espaço cultural é composta de mostras, sempre com sessões gratuitas, algumas delas seguidas de debates. No dia da visita da reportagem, a projeção de “120 Batimentos por Minuto” começou com o áudio dessincronizado. Faltando 15 minutos para o fim da exibição, o som do filme ficou duplicado e insuportável. Segundo a Matilha Cultural, o problema foi pontual e não era da alçada do projecionista, mas sim do fornecedor do DCP (projeção digital com padrão de filme em película), que é terceirizado e já foi acionado. O lugar oferecido para cadeirantes tem boa visibilidade, mas não é sinalizado. No subsolo, onde fica a cafeteria (que serve salgados como a esfirra de carne de soja, R$ 7), há também um agradável jardim de inverno.  

Spcine Cine Olido 
Inauguração 2004; sala: 1
Dentro da Galeria Olido, a sala de cinema do circuito Spcine exibe filmes recentes, como a animação finalista do Oscar “Com Amor, van Gogh”. Aceita apenas dinheiro para a compra do ingresso e destaca-se pelos preços acessíveis —a inteira custa R$ 4. Tanto a projeção quanto o som não deixam a desejar. O espaço de espera é agradável, com poltronas e cadeiras. 

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