O mexicano Gael García Bernal faz uma carreira no cinema internacional alternando bons desempenhos dramáticos, como em “Diários de Motocicleta” (2004) e “Ensaio sobre a Cegueira” (2008), e algumas atuações em que apenas empresta seu sorriso a personagens de filmes medianos. Neste “Estás me Matando Susana”, apresenta uma mistura disso.
O drama romântico, com algumas doses de humor, não vai figurar entre os mais memoráveis da temporada. Mas é uma diversão feita com sensibilidade e uma visão mordaz das relações de casal. E Bernal está muito bem.
Ele interpreta Eligio, um ator em começo de carreira. Traduzindo: vive de comerciais de TV e encena peças moderninhas sem apelo popular. Mas está feliz com a namorada, Susana, aspirante a escritora, interpretada pela graciosa espanhola Verónica Echegui.
Eligio tem seus casos extraconjugais aqui e ali, mas, em sua visão machista de mundo, acredita ser o melhor dos companheiros para Susana. Por isso, sua surpresa é enorme quando, num belo dia, descobre que ela partiu, sem deixar uma mísera explicação.
O rapaz fica alucinado, percorre a cidade em busca de alguma pista, mas não encontra nada. Nem a família dela, que nunca foi com a cara de Eligio, sabe para onde ela foi.
Algum tempo depois ele descobre na internet o nome de Susana em um programa para jovens escritores numa universidade americana. Eligio vende o carro e pega um avião.
Além de transtornado pelo sumiço de Susana, ele não é exatamente um viajante experiente. Acaba se metendo em confusões já no aeroporto, arruma briga com um taxista e precisa fugir dos seguranças da universidade quando chega ao local de forma raivosa.
Tudo isso para descobrir que ela simplesmente não suportava mais suas atitudes machistas e foi embora. Para piorar as coisas, Susana está namorando um colega de programa, um poeta polonês charmoso e um palmo mais alto do que o ex-namorado.
Eligio vai permanecer por ali algumas semanas cercando Susana, e o relacionamento dos dois fica em idas e vindas temperadas com o interesse dela pelo poeta e o assédio de americanas ao mexicano mulherengo.
São muitas cenas de DR em um roteiro sagaz. A ingenuidade de Eligio nas relações entre homens e mulheres é tanta que cativa. Afinal, ninguém quer ver o simpático Gael sofrendo tanto de amor.
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