Sim, a Netflix não substitui uma videolocadora (para os que lembram da videolocadora), mesmo que tenha mais filmes do que a maioria delas. No entanto, buscar por um título no meio dessa imensidão pode ser uma tarefa inglória.
Exemplo, se você pesquisar a palavra "clássico", não vai encontrar o clássico de guerra "Agonia e Glória", de Samuel Fuller —mas vai achar no lugar "Ghost" ou "Débi e Loide".
Também nunca é bom deixar um filme para ver depois no canal sob demanda. O "depois" pode se transformar rapidamente no "tarde demais". Entre o início da seleção abaixo e o final dela, 15 filmes precisaram ser trocados porque deixaram de figurar na plataforma, caso de "Corra!", "Matar ou Morrer" ou "Sociedade dos Poetas Mortos".
Ainda assim, a seleção a seguir traz 50 boas sugestões (ainda) disponíveis no canal, muitos deles escondidinhos entre uma palavra-chave e outra, como o ótimo "Um Dia Perfeito", de Fernando León de Aranoa, ou o western "Era uma Vez no Oeste", de Sergio Leone.
Confira abaixo —e não demore para começar a assistir.
Agonia e Glória
(The Big Red One). EUA, 1980. Direção: Samuel Fuller. Com: Lee Marvin, Mark Hamill e Robert Carradine.
No fim da Primeira Guerra, sem saber que um armistício acabara de ser assinado, um militar americano mata soldados alemães que tentavam se entregar. Décadas depois, ele é o veterano comandante de um pequeno grupo com uma perigosa missão na Segunda Guerra. Nada de heroísmos neste ótimo filme de guerra de Fuller, que usou sua experiência como combatente. Essa é a versão retalhada pela produtora e que foi apresentada nos cinemas em 1980 (existe um DVD com 40 min a mais que é ainda melhor).
Akira
Japão, 1988. Direção: Katsuhiro Otomo.
Essa animação futurista inspirada em mangá trazia uma Tóquio superpopulosa e violenta em 2019, que se ergueu após a Terceira Guerra (nuclear) e está prestes a sediar a Olimpíada de 2020 (quem diria). Na trama, uma gangue de motoqueiros e uma criança com poderes que era mantida como cobaia pelo governo têm seus caminhos cruzados.
Amor sem Escalas
(Up in the Air). EUA, 2009. Direção: Jason Reitman. Com: George Clooney, Vera Farmiga e Anna Kendrick.
Um solitário executivo especializado em demissões viaja o país de costa a costa para desempenhar sua função. No entanto, quando uma jovem oferece uma automatização do serviço, suas viagens ficam ameaçadas. Ao mesmo tempo ele começa a questionar seu estilo de vida após se envolver com uma mulher. Humor, cinismo e romance em boas doses, com elenco feminino afiado.
Antes Só do que Mal Casado
(The Heartbreak Kid). EUA, 2007. Direção: Peter Farrelly e Bobby Farrelly. Com: Ben Stiller, Michelle Monaghan e Malin Akerman.
Um solteirão conhece uma bela mulher e, em pouco tempo, resolve se casar. No entanto, durante a viagem de Lua de Mel, ele não só descobre que a sua nova esposa não é bem quem ele pensava, mas se apaixona por outra. Provavelmente a última boa comédia dos irmãos Farrelly, que já trouxeram clássicos do politicamente incorreto, como “Quem Quer Ficar com Mary?”.
Assunto de Família
(Manbiki Kazoku). Japão, 2018. Direção: Hirokazu Kore-eda. Com: Lily Franky, Sakura Andô e Mayu Matsuoka.
Em Tóquio, uma família disfuncional viola regras e se vale de pequenos golpes para se manter. Tudo começa a mudar quando eles começam a criar uma menina abandonada nas ruas. Não chega a ser um “Parasita”, mas é outro ótimo retrato da turma que vive “no andar de baixo”. Vencedor da Palma de Ouro em Cannes.
O Bar
(El Bar). Espanha/Argentina, 2017. Direção: Álex de la Iglesia. Com: Bianca Suárez, Mario Casas e Carmen Machi.
Em uma manhã movimentada em Madri, oito pessoas ficam presas em um bar comum após um assassinato aparentemente sem explicação na porta do estabelecimento. Eles começam a suspeitar que o crime pode estar relacionado a alguém preso no bar e o pânico toma conta do lugar. Quem não conhece o cinema de Iglesia (de “A Comunidade”) pode se surpreender com as reviravoltas no roteiro.
O Barco: Inferno no Mar
(Das Boot). Alemanha, 1981. Direção: Wolfgang Petersen. Com: Jürgen Prochnow, Herbert Grönemeyer e Klaus Wennemann.
Durante a Segunda Guerra, um submarino alemão com uma jovem tripulação parte em uma perigosa missão secreta. Ótimo exemplar de guerra produzido na Alemanha Ocidental em tempos de Guerra Fria. Claustrofóbicos, fujam!
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
(Birdman or The Unexpected Virtue of Ignorance). EUA, 2014. Direção: Alejandro G. Iñárritu. Com: Michael Keaton, Emma Stone, Edward Norton e Naomi Watts.
Mesmo em fase decadente, ator conhecido por papel de um super-herói busca reconhecimento ao dirigir e estrelar uma texto para a Broadway. A proximidade da estreia, porém, aumenta a tensão entre os integrantes da peça. Uma das delícias deste filme é ver Keaton, famoso pela performance como Batman, como protagonista do longa, no qual Iñárritu já brincava com plano-sequência bem antes de “1917”.
Bravura Indômita
(True Gift). EUA, 2010. Direção: Ethan Coen e Joel Coen. Com: Jeff Bridges, Matt Damon e Hailee Steinfeld.
No velho oeste, uma adolescente contrata um oficial veterano e beberrão para capturar o assassino de seu pai. No caminho, encontram um jovem delegado que procura o mesmo criminoso e resolvem unir forças. Apesar do carisma de John Wayne no original, Jeff Bridges mostra que é mais ator nesta refilmagem com padrão Coen de qualidade.
Os Caçadores da Arca Perdida
(Raiders of the Lost Ark). EUA, 1981. Direção: Steven Spielberg. Com: Harrison Ford, Karen Allen e Paul Freeman.
O intrépido professor e arqueólogo Indiana Jones tem uma pista que pode levá-lo a descobrir o paradeiro da Arca da Aliança, onde estariam os dez mandamentos. No entanto, ele precisa ser mais rápido que os nazistas, também atrás do artefato. Sim, todo mundo já deve ter visto este filme. E sim, deve existir uma aventura melhor do que essa no cinema, mas não conhecemos neste guichê.
Cinema, Aspirinas e Urubus
Brasil, 2005. Direção: Marcelo Gomes. Com: João Miguel, Peter Ketnath e Zezita Matos.
Em 1942, alemão que fugiu da guerra em seu país dirige um caminhão pelo sertão brasileiro, com o qual vende aspirinas e passa filmes sobre o remédio. Ele ganha como ajudante um sertanejo, que lhe pediu carona. Belo road movie brasileiro com roteiro coescrito por Karim Aïnouz.
Clube dos Cinco
(The Breakfast Club). EUA, 1985. Direção: John Hughes. Com: Molly Ringwald, Emilio Estevez, Judd Nelson, Ally Sheedy e Anthony Michael Hall.
Um cérebro, um atleta, uma princesa, uma neurótica e um marginal. Cinco adolescentes de personalidades diferentes são obrigados a passar um sábado de castigo na escola e acabam aprendendo a aceitar as diferenças uns dos outros. Clássico de uma geração do diretor que melhor soube representá-la na tela.
Como Nossos Pais
Brasil, 2017. Direção: Laís Bodanzky. Com: Maria Ribeiro, Clarisse Abujamra e Paulo Vilhena.
Em uma família de classe média de São Paulo, mulher tenta se equilibrar entre o marido ausente, as duas filhas e a mãe, com quem tem um relacionamento conturbado. Sucesso recente do cinema brasileiro, com atuação destacada de Maria Ribeiro.
Constantine
EUA/Alemanha, 2005. Direção: Francis Lawrence. Com: Keanu Reeves, Rachel Weisz, Shia LaBeouf e Tilda Swinton.
Fãs mais ardorosos da comic book torceram um pouco o nariz para a adaptação. Mas para quem não conhece o universo de “Hellblazer”, da Vertigo (selo da DC), o filme funciona muito bem, inclusive o anti-herói interpretado por Keanu Reeves. Com câncer no pulmão, Constantine passa seus dias em Los Angeles expulsando demônios, até que se vê em um caso que pode trazer o filho de Lúcifer para a Terra.
Um Dia Perfeito
(A Perfect Day). Espanha, 2015. Direção: Fernando León de Aranoa. Com: Benicio del Toro, Tim Robbins e Olga Kurylenko.
Não são muitas as produções internacionais que retratam a Guerra dos Bálcãs. Essa exceção mistura drama de guerra com uma pitada de humor ao mostrar um grupo da ONU que precisa lidar com um cadáver que foi jogado dentro de um poço, e que pode contaminar toda a água de um vilarejo. Benicio del Toro e Tim Robbins em química perfeita.
Os Donos da Rua
(Boyz n the Hood). EUA, 1991. Direção: John Singleton. Com: Cuba Gooding Jr., Laurence Fishburne, Ice Cube e Angela Bassett.
Jovem que cresce em região violenta e habitada por gangues em Los Angeles tenta manter os valores de respeito e integridade ensinados pelo pai. No entanto, a proximidade com amigos que se envolveram com o tráfico sempre o deixam à beira de uma tragédia. Aos 24 anos, Singleton foi (e ainda é) o mais jovem diretor a ser indicado ao Oscar por esse longa de estreia.
Encontros e Desencontros
(Lost in Translation). EUA/Japão, 2003. Direção: Sofia Coppola. Com: Bill Murray, Scarlett Johansson e Giovanni Ribisi.
Um ator veterano (Bill Murray, ótimo) vai a Tóquio para filmar um comercial de uísque. Entre confusões nas traduções durante as filmagens e noites de insônia, ele encontra a jovem mulher de um fotógrafo (Scarlett Johansson, também ótima). Os dois imediatamente se conectam em meio à correria e tradição da cidade. Tudo está no lugar certo nesse sensível drama que fez o mundo perdoar Sofia Coppola por sua atuação em “O Poderoso Chefão 3”.
A Época da Inocência
(The Age of Innocence). EUA, 1993. Direção: Martin Scorsese. Com: Daniel Day-Lewis, Michelle Pfeiffer e Winona Ryder.
Nem tudo tem a ver com máfia no cinema de Scorsese. Para quem não se lembra, o diretor conduziu com o apuro habitual esse drama sobre um triângulo amoroso no seio da aristocracia de Nova York no século 19, entre um homem, sua jovem noiva e uma mulher, pasmem, divorciada! Chance também para rever o talentoso e aposentado Day-Lewis.
Era uma Vez no Oeste
(Once Upon a Time in the West). EUA/Itália, 1968. Direção: Sergio Leone. Com: Henry Fonda, Claudia Cardinale, Jason Robards e Charles Bronson.
Um matador e seu grupo assassinam uma família, dona de terras que cruzam o lugar onde será construída uma estrada de ferro. No entanto, o que ninguém sabia é que ele se casou com uma prostituta de Nova Orleans, agora dona da propriedade. Ela ganha a ajuda de um atirador para defender o lugar. Faroeste clássico de Sergio Leone, com a indelével trilha de Ennio Morricone. Se achar muito longo, imagine que é uma série em quatro episódios.
Eu, Daniel Blake
(I, Daniel Blake). Reino Unido/França/Bélgica, 2016. Direção: Ken Loach e Laura Obiols. Com: Dave Johns, Hayley Squires e Briana Shann.
Depois de sofrer um ataque cardíaco que o impede de continuar trabalhando, homem luta contra a burocracia para conseguir os benefícios do governo. Mais um contundente retrato de Loach sobre os problemas da classe operária inglesa. Desta vez, premiado com a Palma de Ouro.
Garota Exemplar
(Gone Girl). EUA, 2014. Direção: David Fincher. Com: Ben Affleck, Rosamund Pike e Kim Dickens. .
Qualquer um que arranque uma boa atuação de Ben Affleck deve ser considerado um grande diretor —e assim é David Fincher. Ele conduz esse suspense, inspirado em best-seller, sobre o desaparecimento e possível morte de uma mulher. Aos poucos, todas as pistas começam a apontar para o maridão Affleck, mas isso é só o começo.
A Grande Aposta
(The Big Short). EUA, 2015. Direção: Adam McKay. Com: Christian Bale, Steve Carell, Ryan Gosling e Brad Pitt.
Matemático prevê a bolha do mercado imobiliário americano nos anos 2000 e resolve tirar proveito antes da crise, com vários investimentos. Outros corretores percebem a oportunidade e também embarcam na aposta financeira. Um assunto pouco palatável, principalmente ao público brasileiro, é contado com humor e inteligência por Mckay.
Gravidade
(Gravity). EUA/Reino Unido, 2013. Direção: Alfonso Cuarón. Com: Sandra Bullock, George Clooney e mais ninguém.
É o filme que reúne o ator de “Onze Homens e um Segredo” e a atriz de “Oito Mulheres e um Segredo”. Aqui, segredo nenhum. Um acidente em uma estação espacial deixa astronauta à deriva. Deve ser um dos principais filmes de isolamento social da história. E um primor técnico.
Grease - Nos Tempos da Brilhantina
(Grease). EUA, 1978. Direção: Randal Kleiser. Com: John Travolta, Olivia Newton-John e Stockard Channing.
Líder de uma gangue se apaixona pela pessoa mais certinha da escola, causando problemas nas duas pontas do romance. A trama bobinha é só um pretexto para um irresistível “sing along” de quase duas horas.
História de um Casamento
(Marriage Story). EUA/Reino Unido, 2019. Direção: Noah Baumbach. Com: Adam Driver, Scarlett Johansson e Laura Dern.
Casal formado por diretor teatral e atriz resolve se separar. Eles viviam em Nova York, mas ela decide voltar a Los Angeles, o que atrapalha a guarda compartilhada do filho. Este sensível drama (e não “O Irlandês”) foi a melhor produção da Netflix em 2019.
A História Oficial
(La Historia Oficial). Argentina, 1985. Direção: Luis Puenzo. Com: Norma Aleandro, Héctor Alterio e Chunchuna Villafañe.
Nos anos 1980, uma professora conservadora começa a perceber os horrores da ditadura argentina ao ouvir o depoimento de uma amiga que foi torturada e passa a desconfiar da origem de sua filha de cinco anos, que foi adotada. Oscar de melhor filme estrangeiro, bem antes de Ricardo Darín. Curiosamente, o casal Aleandro e Alterio voltou a se encontrar nas telas em “O Filho da Noiva”, filme que catapultou a carreira de Darín.
Um Homem entre Gigantes
(Concussion). EUA/Reino Unido/Austrália, 2015. Direção: Peter Landesman. Com: Will Smith, Alec Baldwin e Albert Brooks.
História do patologista de origem nigeriana que descobriu a relação entre danos cerebrais e traumas causados durante os jogos de futebol americano. Depois disso, o esporte teve que mudar seu protocolo para preservar mais os atletas de contatos violentos. Apesar de ter Will Smith no elenco, esse drama passou rapidamente pelos cinemas daqui.
O Homem que Mudou o Jogo
(Moneyball). EUA, 2011. Direção: Bennett Miller. Com: Brad Pitt, Jonah Hill e Philip Seymour Hoffman.
O filme traz a história verídica de como o gerente do time mais pobre da liga de beisebol contrata um economista formado em Harvard com um plano ousado: contratar jogadores considerados falhos por olheiros e, por isso, baratos, mas que integram a estatística que o time precisa para se tornar um vencedor. Apesar de ter o esporte como pano de fundo —e de frente—, o drama prende a atenção mesmo de quem não entende a brincadeira de taco.
Invasão Zumbi
(Busanhaeng). Coreia do Sul, 2016. Direção: Yeon Sang-ho. Com: Gong Yoo, Jung Yu-mi e Ma Dong-seok.
Pai e filha precisam pegar um trem para a cidade de Busan, onde mora a mãe da menina, e acabam encarando um surto zumbi à bordo. Sim, tem filme de namorado zumbi, comédia zumbi e até zumbi em Paris. Mas esse é de longe um dos melhores do gênero, e ainda traz uma sensível relação pai e filha como pano de fundo. Terá sequência no cinema neste ano… Ou não.
Joias Brutas
(Uncut Gems). EUA, 2019. Direção: Benny Safdie e Josh Safdie. Com: Adam Sandler, Idina Menzel e Kevin Garnett.
Um joalheiro de Nova York tem problemas cada vez maiores por suas dívidas, provocadas por apostas em jogo. Ele tem uma oportunidade de resolver todas as pendências quando um astro da NBA se apaixona por uma pedra rara, que só ele tem. O ritmo intenso e sufocante e a performance convincente (quem diria) de Adam Sandler são a alma do filme.
Jovem e Bela
(Jeune et Jolie). França, 2013. Direção: François Ozon. Com: Marine Vacth, Géraldine Pailhas e Charlotte Rampling.
Após sua primeira experiência sexual, uma adolescente se torna uma prostituta de luxo em Paris. Quando um de seus clientes tem um problema, seu segredo pode vir à tona. Sim, também tem Ozon no canal sob demanda. Não é o seu melhor filme, mas talvez seja um dos mais provocantes.
La Bamba
EUA, 1987. Direção: Luis Valdez. Com: Lou Diamond Phillips, Esai Morales e Rosana DeSoto.
A sensível cinebiografia de Ritchie Valens é um delicioso passatempo, assim como suas músicas, que voltaram a fazer sucesso na época do filme, regravada pelo grupo Los Lobos, principalmente a canção-título. Lou Diamond Phillips está muito bem no papel do músico de pais mexicanos que morreu muito jovem, justamente quando a carreira estava prestes a estourar.
La La Land - Cantando Estações
(La La Land). EUA/Hong Kong, 2016. Direção: Damien Chazelle. Com: Ryan Gosling, Emma Stone e John Legend.
Pianista de jazz e aspirante a atriz buscam seu lugar ao sol nas carreiras enquanto iniciam um romance. No entanto, as oportunidades profissionais parecem sempre atrapalhar o romance. Ryan Gosling canta mal; Emma Stone não é a melhor bailarina de Hollywood. E isso não importa nesse musical alto astral vencedor do Oscar (vencedor por dois minutos, depois entregaram a estatueta para “Moonlight”).
Logan Lucky: Roubo em Família
(Logan Lucky). EUA/China, 2017. Direção: Steven Soderbergh. Com: Channing Tatum, Adam Driver, Katie Holmes e Daniel Craig.
Dois irmãos sem muita sorte resolvem fazer um intrincado assalto durante uma tradicional corrida de Stock Car. Soderbergh volta aos roubos incríveis depois da franquia “Onze Homens e um Segredo”. Sem Clooney ou Pitt, não tem o mesmo charme, mas tem mais humor e bom elenco, especialmente Craig e Driver.
Moonlight - Sob a Luz do Luar
(Moonlight). EUA, 2016. Direção: Barry Jenkins. Com: Trevante Rhodes, Naomie Harris e Mahershala Ali.
Jovem negro, pobre e gay desenvolve uma relação paternal com um traficante local enquanto também precisa lidar com a mãe viciada. Poderoso drama de Jenkins que tirou o Oscar de melhor filme literalmente da mão de “La La Land” ---e também rendeu uma estatueta de atuação para Ali.
Mulher Solteira Procura
(Single White Female). EUA, 1992. Direção: Barbet Schroeder. Com: Bridget Fonda, Jennifer Jason Leigh e Steven Weber.
Sucesso nos anos 1990, rendeu até o prêmio de melhor vilã a Jennifer Jason Leigh no hoje datado MTV Movie Awards. No filme, Leigh vai morar com a boazinha Bridget e logo revela seu lado obsessivo ao começar a copiar e querer tudo igual ao da coleguinha.
Okja
EUA/Coreia do Sul, 2017. Direção: Bong Joon-ho. Com: Ahn Seo-hyun, Tilda Swinton, Paul Dano e Jake Gyllenhaal.
Uma adolescente resolve combater uma companhia multinacional para recuperar Okja, um superporco de carinha simpática. Essa produção da Netflix, com a assinatura do diretor oscarizado de “Parasita”, causou um racha no Festival de Cannes há alguns anos por não obedecer as mesmas regras de outros títulos “de cinema”.
As Patricinhas de Beverly Hills
(Clueless). EUA, 1995. Direção: Amy Heckerling. Com: Alicia Silverstone, Brittany Murphy e Paul Rudd.
Popular e rica, uma adolescente resolve fazer boas ações interferindo na vida amorosa das pessoas. No entanto, começa a ter problemas quando uma amiga, antes cafona, se torna mais popular do que ela. O filme é uma leitura moderninha do clássico “Emma”, de Jane Austen, que ganhou recentemente uma versão mais fidedigna. Ainda traz no elenco Alicia Silverstone, musa da década, e Rudd, muito antes do sucesso como Homem-Formiga.
Pecados Íntimos
(Little Children). EUA, 2006. Direção: Todd Field. Com: Kate Winslet, Patrick Wilson, Jackie Earle Haley e Jennifer Connelly.
Infelizes em seus respectivos casamentos, homem e mulher se encontram no parque onde levam os filhos e começam um romance. Ao mesmo tempo, um homem que foi preso por pedofilia volta ao convívio do bairro, aumentando a tensão entre os moradores. Ótimo drama com três indicações ao Oscar, incluindo uma para Kate.
Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas
(Big Fish). EUA, 2003. Direção: Tim Burton. Com: Ewan McGregor, Albert Finney, Billy Crudup e Jessica Lange.
Jornalista com relacionamento conturbado com o pai viaja de volta para sua cidade ao descobrir que ele está doente. Mesmo no leito de morte, ele continua contando suas histórias mirabolantes. Ao investigá-las, o filho passa a entender melhor a vida do progenitor. Burton não abandona a chave do fantástico, mas cria uma obra mais sensível, que levou muito marmanjo às lágrimas (mas não vamos falar sobre isso).
Perdi Meu Corpo
(J’ai Perdu Mon Corps). França, 2019. Direção: Jérémy Clapin.
Esta animação francesa adulta esteve na última edição do Oscar (perdeu para “Toy Story 4”). Na trama, com vários flashbacks, uma mão presa em um laboratório consegue escapar e vaga por Paris em busca de seu corpo. Um dos roteiristas também trabalhou em “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”.
Psicose
(Psycho). EUA, 1960. Direção: Alfred Hitchcock. Com: Anthony Perkins, Vera Miles e Janet Leigh.
Mulher pega dinheiro da imobiliária em que trabalha e planeja uma fuga. No meio do caminho, se arrepende e para para dormir num motel de beira de estrada, desencadeando acontecimentos inesperados. Um dos melhores suspenses de Hitchcock é também o único do mestre disponível na Netflix.
Um Senhor Estagiário
(The Intern). EUA, 2015. Direção: Nancy Meyers. Com: Robert de Niro, Anne Hathaway e Rene Russo.
Se o Oscar tivesse a categoria “melhor sessão da tarde’, esse filme com Robert de Niro e Anne Hathaway seria forte candidato. Na trama, sem ter muito o que fazer, o aposentado De Niro se candidata a uma vaga de estagiário na empresa online da workaholic Hathaway. Os preconceitos com o novato da terceira idade logo somem e o bom velhinho espalha sua sabedoria entre todos, principalmente para a chefona.
Seven - Os Sete Crimes Capitais
(Seven). EUA, 1995. Direção: David Fincher. Com: Brad Pitt, Morgan Freeman e Gwyneth Paltrow.
Dois detetives com pouco em comum se unem para investigar o caso de um serial killer que mata as vítimas inspirado nos pecados capitais. Conhecido como diretor de videoclipes de Madonna, Rolling Stones e outros astros pop, Fincher virou nome de respeito após esse suspense, até hoje cult.
O Som ao Redor
Brasil, 2012. Direção: Kleber Mendonça Filho. Com: Ana Rita Gurgel, Maeve Jinkings e Irandhir Santos.
Em um bairro de classe média do Recife, uma empresa é contratada para fazer a segurança das ruas. No entanto, a nova presença causa ainda mais tensão entre os moradores. Primeiro longa de ficção de Kleber (“Bacurau”) e, para muitos, ainda seu melhor filme.
The Perfection
EUA, 2018. Direção: Richard Shepard. Com: Allison Williams, Logan Browning e Steven Weber.
Curioso filme estilístico que mescla suspense, drama e até um pouco de terror, protagonizado por Allison Williams, que já se destacou em “Corra!”. Aqui ela faz uma virtuose do violoncelo que tem que abandonar a carreira precocemente para cuidar da mãe e, pior, vê outra aluna conquistar seu espaço. Anos depois, as duas se reencontram e se envolvem, até que um vírus parece dar novo rumo ao filme. Mas nada é o que parece. Alguns podem se incomodar com os truques do roteiro.
The Post
EUA/Reino Unido, 2017. Direção: Steven Spielberg. Com: Tom Hanks, Meryl Streep e Sarah Poulson.
Em 1971, o jornal Washington Post tem acesso a documentos que revelam ações do alto escalão do país na Guerra do Vietnã. Quando eles começam a ser revelados, o governo entra em ação e proíbe a publicação. Assim, o editor Ben Bradlee busca o apoio de Katharine Graham, dona do periódico, para desafiar o governo na Justiça. Bom filme em tempos em que um presidente ainda persegue a imprensa livre (Trump, claro).
Tubarão
(Jaws). EUA, 1975. Direção: Steven Spielberg. Com: Roy Scheider, Robert Shaw e Richard Dreyfuss.
Uma cidade de veraneio que recebe vários turistas começa a ter problemas quando um grande tubarão branco ataca banhistas. O chefe de polícia tenta fechar as praias, mas o ganancioso prefeito é contra. Nas frias noites de junho, nada como dormir ao som da melodiosa trilha de John Williams. Sim, a maquiagem do tubarão de Spielberg não envelheceu muito bem, mas isso não importa. E o canal ainda disponibiliza os horrorosos “Tubarão 2”, “Tubarão 3", “Tubarão 4"…
A Viagem de Chihiro
(Sen To Chihiro No Kamikakushi). Japão, 2001. Direção: Hayao Miyazaki.
Contrariada, menina de dez anos se muda com os pais em uma viagem de carro. No caminho, eles se perdem e a jovem Chihiro se depara com um mundo de fantasia, no qual os humanos não são bem-vindos. Essa obra-prima do mestre japonês Miyazaki é um de muitos filmes do estúdio Ghibli disponíveis na Netflix… por enquanto.
XXY
Argentina/Espanha/França, 2007. Direção: Lucía Puenzo. Com: Ricardo Darín, Valeria Bertuccelli e Inés Efron.
Alex tem ambas as características sexuais. Para fugir de médicos e curiosos, os pais resolvem criá-la em um distante vilarejo no Uruguai. Já com 15 anos, Alex se sente atraída por um adolescente quando os pais recebem a visita de um casal de amigos. Filme não tão famoso de Darín que tem direção de Lucía Puenzo, filha de Luis, de “A História Oficial”.
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