Um dos maiores destaques da Mostra Internacional de Cinema é o documentário “Coronation”, de Ai Weiwei, um dos artistas mais relevantes da atualidade.
O filme, que tem como pano de fundo a China durante a pandemia da Covid-19, não é o único. O diretor tem também um segundo filme para o festival —“Vivos”, que retrata o drama de 43 estudantes de uma escola na região rural do México que desapareceram numa noite de 2014.
Além das produções encabeçadas pelo artista chinês, há ainda outros títulos de não-ficção emblemáticos e aguardados —dos 198 filmes selecionados para o festival deste ano, 46 são documentários.
A seguir, confira oito boas produções para assistir. É o caso de “Notturno”, que fala de conflitos em lugares como Iraque, Curdistão, Síria e Líbano. Vale ver também “Bem Vindo à Chechênia”, que mostra a brutal perseguição do governo local à população LGBT, e ainda “Uma Máquina para Habitar”, que investiga o misticismo de Brasília.
Os 198 filmes desta edição da Mostra são disponibilizados virtualmente pela plataforma de streaming Mostra Play, com ingressos a R$ 6 por exibição.
17 Quadras
EUA, 2019. Direção: Davy Rothbart.
Num perigoso bairro de Washington, que fica a 17 quarteirões do Capitólio, nos Estados Unidos, a família Sanford começou a filmar a sua rotina em 1999. O filme mostra quatro parentes —uma aspirante a policial, um traficante de drogas, um estudante e a mãe deles, que busca sempre o bem-estar dos filhos.
Bem Vindo à Chechênia
EUA, 2020. Direção: David France.
O longa retrata o trabalho de um grupo clandestino de ativistas que auxiliam pessoas LGBT contra uma brutal campanha do governo da Chechênia, que chega a executar pessoas por causa de sua sexualidade. Para preservar os envolvidos no documentário, o diretor usa a técnica de deep fake para substituir os rostos.
Coronation
China, 2020. Direção: Ai Weiwei.
Da Europa, Ai Weiwei coordenava as filmagens do documentário que aconteciam em Wuhan, cidade da China. O longa traz registros do severo lockdown adotado pela região, que foi o epicentro da pandemia de coronavírus, além dos hospitais que foram construídos em dias, a chegada de médicos de todas as partes e os efeitos da Covid-19 no corpo.
Uma Máquina Para Habitar
EUA, 2020. Direção: Yoni Goldstein e Meredith Zielke.
Em meio às construções arquitetônicas de Oscar Niemeyer em Brasília, o documentário explora a capital do país de um jeito diferente —nela, o misticismo e as energias cósmicas tomam o protagonismo dos escândalos políticos. Após uma pesquisa que durou nove anos na cidade, o título mostra por que por ali se unem ufólogos, cultos maçônicos e espiritualistas.
Notturno
Itália/França/Alemanha, 2020. Direção: Gianfranco Rosi
O documentário foi filmado ao longo de três anos nas fronteiras entre Iraque, Curdistão, Síria e Líbano. As cenas mostram o dia a dia das guerras civis na região, as interferências estrangeiras e as ditaduras. Assim como outros seis filmes, este só estará disponível na segunda semana da Mostra de Cinema.
A Saída dos Trens
Romênia, 2020. Direção: Radu Jude, Adrian Cioflâncă.
Em meados de 1941, judeus foram presos, agredidos e tiveram suas casas saqueadas em Iasi, na Romênia. No meio disso, homens foram asfixiados. O documentário apresenta relatos deste dia e é ilustrado por fotos de passaportes e álbuns familiares de quem perdeu a vida na ocasião.
Samba de Santo - Resistência Afro-Baiana
Brasil, 2020. Direção: Betão Aguiar.
Ilê Aiyê, Cortejo Afro e Bankoma são blocos de Carnaval que nasceram em terreiros de candomblé na Bahia. O documentário é centrado nos blocos e explora a cultura negra, as danças e a ancestralidade.
Vivos
Alemanha/México, 2020. Direção: Ai Weiwei.
Seis estudantes foram mortos, dezenas ficaram feridos e 43 simplesmente desapareceram numa noite de 2014, em Guerrero, estado mexicano fortemente afetado pelo tráfico de drogas. O filme de Ai Weiwei reflete sobre a crise de desaparecimentos no México.
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