Vencedor entre casas com capacidade acima de 10 mil pessoas
ACIMA DE 10.000 PESSOAS
No início de maio, a conta de Instagram do Allianz Parque publicou uma foto de duas cadeiras plásticas em frente a uma das entradas do estádio, e causou alvoroço entre os fãs brasileiros de reggaeton. A imagem era uma referência a "Debí Tirar Más Fotos", álbum do cantor porto-riquenho Bad Bunny, que no dia seguinte ao post anunciou um show no local. Os 45 mil ingressos se esgotaram no primeiro dia de venda geral e, dias depois, foi anunciada uma data extra.
Inaugurado em 2014 no espaço em que antes funcionava o Parque Antarctica, primeiro estádio do Palmeiras, o Allianz Parque se tornou a casa mais óbvia para grandes shows de atrações nacionais e internacionais. Só em 2025, a arena já recebeu shows de Ney Matogrosso, Simply Red, Gilberto Gil, Judas Priest e Scorpions (dentro do festival Monsters of Rock) e Christina Aguilera.
Quem também tocou no Allianz Parque neste ano foi a banda de metal System of a Down, que esgotou duas datas na casa com sua turnê "Wake Up!". Uma terceira data do show, que foi anunciada dias depois das vendas das duas primeiras, deslocou o público para o Autódromo de Interlagos. A troca de local não foi muito popular entre os fãs, que encheram a produtora 30e de comentários.
Isso porque, na segunda-feira após o show dos metaleiros, toda a estrutura do palco já estava desmontada no Allianz Parque. Graças a um acordo feito por Leila Pereira, presidente do Palmeiras, o estádio recebeu um jogo entre Santos e Ceará, pelo Brasileirão.
Nos 11 anos desde sua abertura, o Allianz Parque sempre teve seu tempo dividido entre os shows e o futebol. O estádio foi financiado pela construtora WTorre, que colocou como condição para firmar o acordo a possibilidade de realizar eventos ali. O primeiro foi em grande estilo: Paul McCartney esgotou duas datas no estádio em novembro de 2014.
Em poucos anos, o Allianz ganhou a preferência das produtoras para eventos com público superior a 10 mil pessoas. Ele é o vencedor desta categoria neste especial. São algumas as vantagens da arena em relação a seus concorrentes diretos —como o Morumbi, o Autódromo de Interlagos e a Neo Química Arena. O primeiro é a localização: muito mais central e facilmente acessível pelo metrô Barra Funda, a casa se torna uma boa opção para quem vem de qualquer canto.
A amplitude do estádio também garante que a locomoção para entrar e sair ocorra sem grandes problemas, mesmo em eventos de muita lotação. É fácil se deslocar para uma rua próxima para chamar um carro de aplicativo e ir embora, e o amplo comércio cercando o local fica aberto, ajudando o frequentador a se sentir mais seguro. Em bairros residenciais como Interlagos e Itaquera —casa da arena corinthiana—, as ruas vazias podem ser intimidantes para quem não conhece os arredores.
Som e visão de palco sempre são pontos complicados para shows em estádio, dada a amplitude do local e a distância entre artista e plateia. No Allianz, esses pontos parecem menos complicados: por ser fechado, o som não se dispersa muito para fora do espaço e a visão das cadeiras e arquibancadas é boa.
Mas, como a estrutura de palco varia de show a show, não é possível avaliar essas características com objetividade. O que é possível dizer é que o Allianz tem um recuo construído especificamente para os palcos, facilitando a visão. O estádio também tem a possibilidade de colocar a plateia sentada na pista para shows mais calmos ou para públicos mais velhos, como fez com Rod Stewart e Ivete Sangalo, em 2023.
No último ano, a concorrência para shows em estádios tem sido mais acirrada. Em 2023, o São Paulo fechou um acordo exclusivo com a produtora Live Nation para receber shows internacionais no Morumbis. Só em novembro deste ano, o estádio será palco para apresentações de Dua Lipa, Oasis e Linkin Park.
A Mercado Livre Arena Pacaembu, que reabriu no ano passado na tradicional praça Charles Miller, terá shows de Alok e Jorge Mateus; e a Neo Química Arena se tornou casa de festivais como Só Track Boa e Villa Mix.
Mas o Allianz Parque segue com a preferência, com uma programação eclética entre o final deste ano e o começo de 2026: Henrique & Juliano, Avenged Sevenfold, Gilberto Gil e Bad Bunny.
Allianz Parque
Av. Francisco Matarazzo, 1.705, Água Branca, região oeste
19h00
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