Aperto não impediu "Grande Encontro" no show de Zé Ramalho

O show do cantor e compositor Zé Ramalho, que abriu a programação da madrugada deste domingo (27) da Virada Cultural, teve clima de "Grande Encontro". A platéia eufórica, composta na maioria por jovens de vinte e poucos anos, cantava as músicas em coro no palco da avenida São João.

Os álbuns "O Grande Encontro" (1996/97) e (2000), em que Zé Ramalho canta antigos sucessos com Elba Ramalho, Alceu Valença e Geraldo Azevedo, viraram coqueluche entre os jovens "mais cabeças" desde a primeira edição e reprojetou a carreira dos artistas veteranos. Tanto que canções como "Chão de Giz", "Táxi Lunar", "A Terceira Lâmina", "Garoto de Aluguel" contidas nos CDs, levaram a platéia a baixo quando tocadas.

A balada "Admirável Gado Novo", composta por Zé Ramalho no fim da década de 70, foi um dos pontos altos do show. A platéia cantou e fez coreografia com os braços erguidos.
A canção ficou mais conhecida após fazer parte da trilha sonora da novela "O Rei do Gado", de Benedito Ruy Barbosa, exibida na TV Globo em 1996.

Multidão

Espremidos no meio da multidão, o casal Viviane Lopes Flores, 21, e Matheus Flores, 22, cantava praticamente todas as canções. O ajudante de produção disse que não via a hora de ouvir "'Avôhai". "Quando tocou foi demais.", afirmou.

Viviane mais contida, disse ter gostado do show como um todo, mas sentiu falta de telões espalhados pela pista. "No ano passado tinha um telão mais próximo do palco, além de outros. Mas agora não conseguimos ver quase nada do palco e nem temos o telão para ajudar", reclamou.

Em virtude da lotação da pista, a professora de educação física Daniela de Oliveira, 22, passou mal e precisou ser retirada às pressas da aglomeração.

"Cheguei às 19h30 para guardar lugar, mas não adiantou, porque está muito desorganizado. Deveria ter mais saídas, para não haver muito empurra-empurra. Passei mal e não tinha como sair".

Depois da saída de Oliveira, algumas pessoas chegaram a fingir quedas de pressão para saírem da pista. Ao passarem a grade de isolamento, os semblantes apáticos davam lugar a sorrisos malandros.

Contrariando a tese de juventude e aperto, a professora Sônia Regina Teixeira, 44, moradora de Carapicuíba (Grande São Paulo), levou o marido e a filha adolescente para assistir ao show do cantor. "O show foi contagiante e ele interage muito bem com o público. Estava apertado, mas se é de graça, sabemos que será assim", afirmou.

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