Gaúchos do Nenhum de Nós tocam hoje em SP com Scandurra

A banda gaúcha Nenhum de Nós completa, em outubro, 27 anos de carreira. E, para lançar o CD e DVD "Contos Acústicos de Água e Fogo", sobem ao palco do Cine Joia (zona oeste de São Paulo) nesta sexta (dia 2), às 23h.

No show, o grupo contará com a participação especial do guitarrista Edgar Scandurra. Os ingressos custam R$ 50 (estudantes pagam meia-entrada, mediante apresentação da carteirinha) e estão à venda pelo site cinejoia.tv/ingressos.

Informe-se sobre o show

Crédito: Moisés Bettim/Divulgação Veco Marques, Sady Homrich, Thedy Corrêa, João Vicenti e Carlos Stein formam a banda Nenhum de Nós
Veco Marques, Sady Homrich, Thedy Corrêa, João Vicenti e Carlos Stein formam a banda Nenhum de Nós

ABAIXO, CONFIRA A ENTREVISTA COM THEDY CORRÊA, VOCALISTA DA BANDA:

Como definem esses 27 anos de Nenhum de Nós? A banda amadureceu?
É legal olhar para trás e ver que tivemos altos e baixos, enfrentamos dificuldades, e sempre mantivemos o trabalho de uma forma digna. Nunca corremos atrás do sucesso. Sempre quisemos, desde o primeiro disco, fazer uma música relevante, algo que tivesse importância, e até hoje é o que nos faz lançar CD, gravar DVD. Consideramos que a música contribuiu para uma cena, que ficou enfraquecida nos anos 1980. Nunca paramos, nem deixamos de lançar disco ou fazer show. E não é fácil continuar. A gente luta contra o lado negro da força o tempo inteiro. Rádios e gravadoras jogam contra, alimentando a cultura do "jabá". Aquela ilusão de que porque a música toca na rádio é porque é boa, se o grande público não conhece a banda, isso não existe. Não é toda rádio que entra nessa. É muito complicado para quem não investe nisso, por princípio ou por não ter grana.

Qual foi a transformação do público nestes 27 anos?
O público começou no anos 1980 com muito interesse pela cena. Aí os fãs cresceram e se afastaram, como se fossem fazer a vida. E agora, como estão mais estabilizados, voltaram a se interessar. Durante todo esse tempo o Nenhum de Nós conseguiu renovar e às vezes filhos dos fãs que tinham disco e que iam assistir ao show aparecem. Tem um pessoal muito jovem, com 13 anos, que diz que foi o pai que indicou. Acontece de comprar o CD e pedir, no camarim, pra gente autografar pro pai ou pra mãe. Eu não tenho nenhum preconceito com isso, nem vergonha das minhas rugas ou da experiência que adquirimos com o tempo. Tem até a história de uma menina que ia a vários shows. A menina é bonita e fazia um tempo que ela não aparecia e, um dia, foi ao camarim. Deu um abraço apertado e falou "Nossa, estava com saudades de ti, porque pra mim tu é como um segundo pai". Há 20 anos eu ia querer outra coisa, mas hoje fico emocionado que ela me considere desta maneira.

Como a internet influenciou a venda de CDs e DVDs?
Uma das músicas que mais pedem em show é "Julho de 83" e ela raramente tocava em rádio. Só que, quando toca em show, é uma loucura. O sucesso não é por causa de execução ou venda, mas sim pela internet. Dependendo do lugar, o público pede "Camila" ou "Astronauta de Mármore". Se a gente vai tocar no interior de Minas Gerais, por exemplo, as pessoas nunca ouviram aquela música ao vivo, só na rádio. E se estamos lá, elas querem que toquemos. Como o Nenhum de Nós não tem vergonha do seu passado, a gente toca. Tem um pessoal que diz "essa música não nos representa mais". Eu penso: "fazer isso com uma música que te sustentou, te alavancou, é uma ingratidão".

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