Saulo Duarte e a Unidade mostram novo disco no sábado; veja entrevista

A banda, comandada pelo cantor e compositor Saulo Duarte, 28, faz show de lançamento do disco “Cine Ruptura”, o terceiro da trajetória, neste sábado (16), no Centro Cultural Rio Verde.

“Nosso terceiro disco é uma tentativa. O segundo é muito voltado para a música do Norte do país, tem um compromisso estético e geográfico com a região. Agora, eu queria abranger a pesquisa”, diz Duarte ao “Guia”.

O grupo Saulo Duarte e a Unidade faz show no sábado
O grupo Saulo Duarte e a Unidade faz show no sábado - Fabiano Rodrigues/Divulgação

​O novo álbum traz participações de nomes como Russo Passapusso, Ava Rocha e o maestro Laércio de Freitas. A cantora, filha do cineasta Glauber Rocha (1939-1981), faz participação especial no show. ​O trabalho já está disponível nas plataformas digitais.

"A minha vontade [com o novo disco] era de passar a mensagem que a música pode denunciar questões na sociedade, mas também ela tem o poder de te fazer viajar e deixar as coisas mais amenas."

No repertório da apresentação, além de "Cine Ruptura" ser interpretado na íntegra, aparecem temas de discos anteriores.

Centro Cultural Rio Verde - teatro - r. Belmiro Braga, 181, Pinheiros, região oeste, tel. 3034-5703. 500 pessoas. Sáb. (16): 24h. 90 min. 18 anos. Ingr.: R$ 20.



​Veja bate-papo com o compositor.

Quais as influências do grupo?

São referências brasileiras. Fui na fonte de Jorge Ben Jor, ele é um compositor que me agrada muito. E o [músico paulistano] Curumin também, ele que produziu o disco e ele tem uma estética de pesquisador de música brasileira bem bacana, tem muito acervo de música popular. O Curumin e o Victor Rice foram determinantes pra sonoridade do disco. O primeiro, nos tirava da zona de conforto, dava sugestões pra fazer novas leituras dos ritmos. A nossa tentativa, com toda humildade, era criar algo novo, e fresco, na nossa caminhada.

O que o novo trabalho se diferencia dos outros?

Seria muito difícil fazer um disco novo sem estar contextualizado com o momento político no Brasil hoje. O nome do disco já mostra isso, de “ruptura”, romper antigos padrões, as questões culturais, sociais, de sexualidade. Estamos rompendo para propor o novo. O segundo disco é muito festivo, este é mais reflexivo. A minha vontade era essa, de fazer um disco manifesto.

Como São Paulo e o Pará influenciam na música?

Eu moro aqui em SP há 8 anos. A música paraense ficou muito evidenciada no segundo disco, e no terceiro eu queria abranger a pesquisa, sem excluir Belém, mas trazendo outro olhar sobre os ritmos de lá. Queria fazer algo pra além do carimbó. Esse novo trabalho é contextualizado totalmente em São Paulo, é pautado por essa experiência urbana, nossa vivência na cidade. Nós tentamos ler os ritmos paraenses sob uma ótica daqui.

Como foi o processo de composição das letras?

O disco todo foi construído coletivamente. Rolou um processo de pré-produção que ajudou bastante, porque ensaiamos muito. O disco tem quase 40 minutos e todas as faixas são ligadas. É um filme, um curta-metragem gravado em plana sequência. É dai que vem a outra parte do título, porque eu queria que tivesse alguma referência do cinema.


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