MISSÃO CEGONHA (bom)
(Richard The Stork)
DIREÇÃO Toby Genkel e Reza Memari
PRODUÇÃO Bélgica/Alemanha/Luxemburgo/Noruega, 2017. 84 min. Livre.
Veja salas e horários de exibição.
Menos pirotecnia, mais simplicidade. Apoiada nesse lema, a animação "Missão Cegonha" estreia nos cinemas embalada por uma boa história (sem bebês) e alheia ao excesso de estímulos que impregnam inúmeras animações atuais. Um alívio, diga-se.
Nada de musiquinhas, piadas disparadas a esmo, reviravoltas bombásticas ou overdose de movimento.
Para cativar o público, os diretores Toby Genkel e Reza Memari investem numa trama descomplicada e bem amarrada, conduzida por personagens carismáticos e interessantes. Sem abusar do didatismo, eles carregam uma mensagem sensível sobre diversidade, respeito às diferenças, empatia e tolerância.
Rick é filho de pardal, nasceu pardal, mas jura de "pés juntos" que é uma cegonha. Isso porque, pouco antes de sair do ovo, seus pais viraram comida de um urso faminto, e o pequeno órfão acabou adotado por uma família de cegonhas.
Apesar da resistência inicial de Alfred, chefe do bando, o filhote cresce cercado pelo afeto de Aurora, a mãe-adotiva, e do irmão Max. A chegada do outono, porém, significa o início dos problemas de Rick.
Quando as cegonhas começam os preparativos para migrar rumo à África, o pardal é informado de que não pertence à mesma espécie e que, devido às suas limitações físicas, não poderá acompanhá-las.
Inconformado por ter sido deixado para trás, o passarinho embarca numa jornada cheia de perigos e descobertas em direção ao sul. A aventura é o ponto alto da narrativa e introduz os melhores coadjuvantes do filme.
Rejeitada na infância, a coruja Olga vive falando sozinha com seu amigo imaginário, Oleg. Kikí é um periquito de gaiola afetado, que topa tudo pelo estrelato, mas tem um coração imenso. As pombas, sempre conectadas, representam uma crítica divertida aos tempos de dependência da internet.
Marcada por um visual colorido e repleto de belas paisagens, "Missão Cegonha" também não fica devendo em termos gráficos. Na linha "menos é mais", essa simpática produção europeia mostra que nem só dos grandes estúdios vive o mercado de animação.
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