O diretor Oliver Stone ficou famoso no cinema ao usar a tela para exorcizar seus demônios de ter servido na Guerra do Vietnã. Daí nasceu a trilogia formada por "Platoon" (1986), "Nascido em 4 de Julho" (1989) e "Entre o Céu e a Terra" (1993), que lhe rendeu dois Oscars de direção, com os dois primeiros.
Com as questões militares devidamente enterradas, e premiadas, Stone levou sua obsessão à política, primeiro, americana, depois, a da América Latina (e bem antes de convidar Lula para filmar em Cuba). Confira a seguir algumas vezes em que Oliver Stone levou a política ao cinema... ou o cinema à política.
JFK — A Pergunta Que Não Quer Calar
JFK (ficção), EUA, 1991. Com: Kevin Costner, Gary Oldman e Jack Lemmon. 189 min.
O filme esmiúça a morte (e não a vida) do presidente John Kennedy, ao recriar um dos assassinatos mais trágicos da história americana. No longa, um procurador (Kevin Costner) vai aos tribunais na tentativa de provar que era impossível um único homem ter matado o presidente e que, na verdade, havia um complô por trás do crime.
Nixon
Nixon (ficção), EUA, 1995. Com: Anthony Hopkins, Joan Allen, Powers Boothe. 192 min.
Em uma narração não linear, o filme mostra a vida do controverso presidente republicano Richard Nixon, apresentando sua infância, passando por sua derrota para JFK e sua atuação na Presidência, que terminou com uma renúncia após o escândalo de Watergate (que você pode ver direitinho em outro filme, "Todos os Homens do Presidente").
Comandante
Comandante (documentário), EUA e Espanha, 2003. Com: Fidel Castro, Oliver Stone, Juanita Vera. 99 min.
Coproduzido pela HBO, o filme é o resultado de uma viagem de três dias de Stone a Cuba para conversas com Fidel Castro. No entanto, pouco antes de sua estreia no canal a cabo, uma série de incidentes políticos, incluindo a prisão de dissidentes pelo regime cubano, fez o canal desistir da exibição na época. O filme rodou por anos em circuito de festivais. Na mesma época também filmou "Procurando Por Fidel".
W.
W. (ficção), EUA, Reino Unido, Austrália, Alemanha e Hong Kong, 2008. Com: Josh Brolin, Elizabeth Banks, Ioan Gruffudd. 129 min.
Josh Brolin (antes de ser o vilão Thanos, na franquia "Vingadores") interpretou o presidente George W. Bush em mais essa cinebiografia de Stone. O filme acompanha o empenho do presidente republicano em levar o país à Guerra do Iraque, mas também mostra seu passado de bebedeiras e irresponsabilidades pré-vida política.
Ao Sul da Fronteira
South of the Border (documentário), EUA, 2009. 78 min.
Em uma viagem ao sul da fronteira dos Estados Unidos, leia-se América Latina, Stone mostra como a política econômica do FMI foi falha ao impedir a desigualdade no lado subdesenvolvido da América. Entre os seus entrevistados estão Fidel (de novo), Evo Morales, Hugo Chávez, Cristina Kirchner e Lula (olha ele aqui).
Castro in Winter
Castro in Winter (documentário), EUA, 2012. 56 min.
Sim, Stone adorava Fidel. Neste média-metragem, o diretor conversa com o cubano após ele deixar o comando do país e se recuperar de uma cirurgia. Castro fala sobre Barack Obama, Hillary Clinton, Irã e até sobre a morte de"¦ JFK.
Mi Amigo Hugo
Mi Amigo Hugo (documentário), Venezuela, 2014. 52 min.
Como sugere o título, Stone já aparece como um personagem sorridente no pôster, abraçado com o líder venezuelano Hugo Chávez. Outros entrevistados? Cristina Kirchner, Nicolás Maduro, Evo Morales e"¦ Lula (olha ele aqui de novo).
The Putin Interviews
The Putin Interviews (documentário), Rússia, 2017. 58 min.
Série em quatro episódios com entrevistas do cineasta com o líder russo Vladimir Putin, que também rendeu um livro, publicado no Brasil (editora BestSeller). Entre outras coisas, Stone defendeu a atuação de Putin na Crimeia, península ucraniana anexada por ele, contrariando a Otan.
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