Na adolescência, o cantor BNegão, 45, teve a vida transformada ao ouvir Dorival Caymmi (1914-2008) pela primeira vez. O impacto dá resultados até hoje: de sexta (4) a domingo (6), ele interpreta apenas canções do músico baiano no Sesc Ipiranga, na zona sul de São Paulo.
“Para mim, escutar ‘Caymmi e Seu Violão’ [disco de 1959] foi como se eu tivesse virado o menino do filme ‘A História sem Fim’ [1984], que entrou em um livro. Fui transportado para dentro daquelas histórias do mar”, relembra o carioca BNegão. “Causou-me sublimação, prazer, medo, tudo.”
No show "Canções Praieiras (e outras estórias do mar)", ele se apresenta com o violonista Bernardo Bosisio no formato voz, banquinho e violão. “É a coisa mais difícil que fiz na carreira", conta, sobre o projeto nascido dez anos atrás, mas sempre adiado.
"Demorei para tomar coragem. Quando me convidavam, eu dizia 'vamos ver'. Até o dia em que marcaram show no Sesc Pompeia [em abril, no "Samba Imenso", projeto no qual um intérprete e um instrumentista homenageiam um mestre do estilo]. Aí tive de chamar um violonista e ir para o palco", diz.
Conhecido como vocalista de Planet Hemp e de Os Seletores de Frequência, ele cantará clássicos de Caymmi como “É Doce Morrer no Mar”, "A Lenda do Abaeté", "O Vento" e “Noite de Temporal”. Sem receio. “Meu registro de voz [grave] está dentro do dele."
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