Os fãs da banda mexicana RBD, que havia anunciado shows extra em São Paulo da turnê "Soy Rebelde Tour", foram às redes sociais reclamar que a venda dos ingressos se esgotou em questão de minutos no site da Eventim, que organiza as vendas.
Conhecida por ser formada na novela "Rebelde", que estreou em 2004 e foi transmitida no Brasil pelo SBT, a banda continuou sua carreira mesmo depois do fim da trama e fez shows até 2009, se tornando um fenômeno no Brasil.
As vendas para os shows foram abertas às 10h desta sexta, dia 3, mas se esgotaram. Não há mais ingressos nem para o dia 16 de novembro nem para o show de dois dias depois.
Assim que os bilhetes ficaram disponíveis, uma fila virtual com espera de até uma hora foi formada. Nas redes sociais, clientes reclamam que, poucos minutos após as 10h, já encontravam todos os setores esgotados. Outros reclamam ainda de problemas técnicos do site da Eventim, com bilhetes que antes apareciam como indisponíveis retornando para a venda e falhas na hora da compra.
Além dos shows em São Paulo, Dulce María, Anahí, Maite Perroni, Christian Chávez e Christopher Uckermann se apresentam no Rio no dia 19, no Estádio Olímpico Nilton Santos, o Engenhão. Pelo mundo, ainda fazem shows em várias cidades dos Estados Unidos, além do México.
Os ingressos para as apresentações de São Paulo custam a partir de R$ 210 (cadeira superior). A inferior é vendida por R$ 280, a pista comum sai por R$ 240 e, a premium, por R$ 425.
Sites de vendas de ingressos colecionam erros e reclamações. O cenário vem se tornando ainda pior nos últimos meses, desde que grandes apresentações voltaram a ocorrer após as paralisações motivadas pela pandemia de Covid. Com vendas feitas predominantemente pelos sites, plataformas como Eventim, T4F, Ticket360, Sympla e Ingresso.com colecionam erros e reclamações.
O que fazer quando a página sai do ar e sou mandado para o fim da fila virtual?
O jeito é ter paciência e tentar comprar de novo. Guilherme Farid, do Procon-SP, explica que não é possível saber a origem da instabilidade sem um exame pericial, então não dá para culpar só a empresa. O consumidor pode até registrar uma ocorrência no site do Procon, mas isso não garante o tíquete.
A fila virtual me colocou no fim. Como saber se vou conseguir ingressos?
Não é possível. As plataformas de vendas online afirmam que disponibilizam tíquetes quando compras são canceladas ou pagamentos não são feitos, o que pode gerar variações na oferta.
A T4F, que distribui senhas aleatórias para grandes shows, diz que não tem jeito: é preciso esperar. "Podem surgir novos ingressos em todos os setores a qualquer momento, pois não se trata de um lote adicional, mas sim de tíquetes que outros clientes desistiram de comprar."
O que fazer quando os ingressos aparecem como indisponíveis assim que as vendas começam?
O Procon diz que tenta entender se houve envolvimento de cambistas digitais nos casos recentes. "Isso poderia ser caracterizado como má prestação de serviço ou não cumprimento de oferta", explica Farid. Nos casos recentes, o jeito é atualizar a página e acionar o órgão em caso de suspeita de ilegalidade.
E se a empresa vender novos ingressos sem avisar?
Não há lei que obrigue a plataforma a fazer qualquer tipo de aviso. A solução é reservar o máximo de tempo para ficar atento ao site de vendas.
Tenho prazo para usar um crédito, mas nenhum show me agrada. Posso pedir meu dinheiro de volta?
Se a empresa não oferece reembolso em dinheiro, não há o que ser feito. "A lei prejudicou demais o consumidor ao tirar a possibilidade do reembolso", afirma Farid. A T4F, que reembolsou shows cancelados por causa da Covid com crédito, diz que está "trabalhando arduamente para trazer apresentações dos mais variados estilos". Quem tiver créditos na plataforma precisa usá-los até o último dia de 2023.
O que fazer se tiver diagnóstico positivo para Covid perto do show?
A T4F diz que o cliente que pegar Covid deve enviar uma cópia do laudo médico, se possível com 48 horas de antecedência, pelo site ticketsforfun.com.br/contato.
A Sympla também garante o reembolso integral do valor do ingresso –para isso, o cliente só precisa fazer a solicitação pelo site em até sete dias úteis após a compra e, no máximo, 48 horas antes do evento. Caso o prazo já tenha vencido, a empresa alega que cabe ao organizador do evento permitir o cancelamento.
O Procon esclarece que o cliente infectado com Covid pode, sim, solicitar reembolso até o dia do evento. Se não conseguir resposta da empresa, a orientação é registrar uma reclamação no site do órgão.
Minha compra de ingressos foi negada pela plataforma, mas cobrada mesmo assim. Como resolver?
O consumidor tem direito ao reembolso. Se a empresa não fizer a devolução, deve-se acionar o Procon.
Comprei o evento com muita antecedência e não poderei ir. Tenho direito à devolução e reembolso?
Cada empresa tem liberdade para decidir o que fazer nestes casos. A T4F, por exemplo, dá um prazo de até sete dias, a partir da data da compra, para o cancelamento. A Sympla, por sua vez, diz que reembolso só pode ser pedido até 48 horas antes do evento, também dentro do limite de sete dias úteis a partir da compra. A Ingresso.com garante o cancelamento e devolução de pedidos dentro do prazo de sete dias corridos. As solicitações devem ser feitas nas plataformas.
O que fazer se a empresa não responder às minhas reclamações?
Se não receber resposta em um dia, a recomendação é registrar reclamação no site do Procon. A partir disso, as empresas têm até dez dias corridos para dar um retorno.
Fontes: Guilherme Farid, diretor-executivo do Procon-SP, e plataformas T4F, Ingresso.com e Sympla
Eventim
Site eventim.com.br e Instagram @eventimbrasil
Ingresso.com
Site ingresso.com e Instagram @ingressocom
Sympla
Site sympla.com.br e Instagram @sympla
T4F - Tickets For Fun
Site ticketsforfun.com.br e Instagram @t4f
Ticket360
Site ticket360.com.br e Instagram @ticket360
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