Em seus 18 filmes, o cineasta cambojano Rithy Panh costuma ter como questão central o genocídio que ocorreu em seu país entre 1975 e 1979. Conduzido pelo regime do Khmer Vermelho, os crimes vitimaram cerca de 2 milhões de pessoas —em uma população de aproximadamente 7 milhões.
- Enquete: O que você mais preza dentro de uma sala de cinema?
- Enquete: Você assiste a um filme influenciado pela crítica?
"A Imagem que Falta" não foge do tema, mas, desta vez, Panh se reinventa e utiliza dois recursos inéditos em sua obra para recompor o passado —o uso de miniaturas de argila e a narração em primeira pessoa.
"Há muitos anos que procuro uma imagem que falta. Uma fotografia tirada entre 1975 e 1979 pelos Khmers vermelhos, quando dirigiam o Camboja. Claro, por si só, uma imagem não prova o crime massivo, mas faz pensar, faz meditar. Ajuda a construir a história. Procurei-a em vão nos arquivos, nos documentos, nas aldeias do meu país", explica o diretor no longa.
Para ele, "algumas imagens devem continuar a faltar, devem sempre ser substituídas por outras: nesse movimento encontra-se a vida, o combate, a pena e a beleza, a tristeza dos rostos perdidos, a compreensão daquilo que existiu. Por vezes a nobreza, e até a coragem: mas o esquecimento, nunca."
"A Imagem que Falta" recebeu o prêmio Un Certain Regard, no Festival de Cannes 2013, e concorre ao Oscar de melhor filme em língua estrangeira.
Comentários
Ver todos os comentários