Para que servem escadas, corrimões, telhados, paredes? A resposta parece óbvia, mas basta observar um treino de praticantes de parkour --técnica que transforma elementos da cidade em obstáculos para saltos e acrobacias-- para perceber que até a mais sem graça das lajes pode virar um desafio. Mais que testar os limites do corpo, a atividade levanta questões sobre como vemos e nos movimentamos no ambiente urbano. Sob o olhar atento d os entusiastas da modalidade, a cidade torna-se um playground pronto para ser explorado.
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A técnica orienta o documentário dinamarquês "My Playground" (2009), dirigido por Kaspar Astrup Schröder. A obra acompanha os integrantes do grupo de parkour Team Jiyo e suas peripécias por Copenhague, na Dinamarca, o principal cenário do filme.
Bjarke Ingels, fundador do estrelado escritório de arquitetura BIG, também participa da produção. Encantado com a visão que os praticantes têm dos prédios e com a forma como eles usam a cidade, o profissional leva a equipe para explorar alguns de seus principais projetos na capital dinamarquesa.
O filme também os acompanha durante passeios que viram verdadeiras coreografias, além de colher depoimentos de praticantes da técnica na China, Japão e Estados Unidos.
Paralelamente aos saltos e acrobacias, os integrantes da Jiyo colaboram no desenvolvimento de um dos maiores parques do mundo dedicados ao parkour, em Copenhague.
Quem pensa que esse tipo de espaço é de exclusividade dos dinamarqueses está enganado. Em março deste ano, foi inaugurado o primeiro Centro de Esportes Radicais de São Paulo, na marginal Tietê, com uma área específica para os fãs da modalidade.
Mesmo com a criação de espaços como esses, a prática não deve abandonar o espaço urbano, nem suas construções. Afinal, o guia a atividade é a adaptação ao ambiente e a superação de obstáculos. Como a cidade, o parkour está em constante movimento.
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