No domingo (29), a avenida Paulista recebe, pelo 20º ano consecutivo, a Parada do Orgulho LGBT.
Nesta edição de aniversário, as bandeiras coloridas darão espaço ao rosa, azul e branco —tons da Bandeira do Orgulho Transgênero.
É sobre o segmento T (transexuais, travestis e transgêneros) que a Parada decidiu jogar luz, brigando pela causa com o tema “Lei de Identidade de Gênero, Já! Todas as Pessoas Juntas contra a Transfobia!”.
“O preconceito está em todos os grupos, mas esta é a ponta mais frágil da comunidade”, afirma Fernando Quaresma, presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo.
“Conseguimos sair da invisibilidade, mas queremos que o Legislativo também faça algo por nosso segmento”, diz ele.
É por isso também que a 20ª Parada LGBT pede a aprovação de leis como a 5.002/13, denominada Lei João W. Nery —nome do primeiro transexual masculino brasileiro a ser operado no país.
O projeto defende que a identidade de gênero deva ser escolhida pelo próprio indivíduo (leia mais abaixo).
Como parte da Parada é luta e a outra é festa, 17 trios elétricos vão seguir pela Paulista —o fim do cortejo será às 18h. Das 16h às 22h, um palco no vale do Anhangabaú terá programação musical —apresentam-se funkeiros como MC Tati Zaqui, DJs, performers e drag queens, capitaneadas por Sylvetti Montilla.
Para entrar no clima do evento que, embora seja o maior do tipo no mundo, só passou a integrar o calendário oficial da cidade nesta semana, o “Guia” destaca baladas com temática LGBT que rolam a partir desta sexta (27). Boa festa!
Av. Paulista, alt. do nº 1. 578, em frente ao Masp. Dispersão: Igreja Nossa Senhora da Consolação. Dom. : a partir das 10h. GRÁTIS
FIQUE POR DENTRO
Concentração: 10h em frente ao Masp
17 trios elétricos, o primeiro sai às 12h e, o último, às 16h
Atrações: Omulu, Pepê e Neném e DJ Gorky, do Bonde do Rolê, e outros 30 DJs estão confirmados
A alimentação ficará a cargo do Bob’s, com 400 ambulantes credenciados
16 ambulâncias, 4 postos médicos e 780 banheiros químicos
Encerramento 18h com show no vale do Anhangabaú
O QUE A LEI DE IDENTIDADE DE GÊNERO PEDE?
De autoria dos deputados Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Erika Kokay (PT-DF), o projeto de lei 5.
002/13, que ainda não foi colocado em pauta para votação pelo plenário da Câmara dos Deputados, diz que a identidade de gênero deve ser definida de acordo com a vivência da pessoa, o que pode ou não corresponder ao sexo que foi atribuído a ela.
A proposta obriga o SUS (Sistema Único de Saúde) e os planos de saúde a custearem tratamentos hormonais integrais e também as cirurgias de mudança de sexo a maiores de 18 anos, sem exigir nenhum tipo de diagnóstico, tratamento ou liberação jurídica.
O projeto também libera a alteração do primeiro nome para os maiores de 18 anos sem a necessidade de autorização judicial, bastando ir a um cartório.
Da mesma forma, autoriza a mudança de gênero nos documentos pessoais, mesmo que a pessoa não tenha realizado uma cirurgia de mudança de sexo.
HOMOFOBIA É CRIME!
A lei estadual 10.948/01, que estabelece que a prática de discriminação por conta da orientação sexual é crime sujeito a punição, completa 15 anos em 2016.
Ela está em vigor no Estado de São Paulo desde 5 de novembro de 2001
CAMINHADA DE MULHERES LÉSBICAS E BISSEXUAIS DE SÃO PAULO
Paralelamente à Parada, ocorre neste sábado (28) a 14ª edição da caminhada que denuncia os preconceitos sofridos por mulheres lésbicas e bissexuais.
O encontro vai ocorrer às 14h, no largo do Paissandu, no centro, e o encerramento terá apresentações de grupos formados por mulheres, como Quintal de Iaiá e Sambadas.
Até o fechamento da edição, o evento no Facebook já contava com 2.800 confirmações de presença.
20 ANOS DE PARADA
1997 Primeira edição da Parada LGBT é realizada na avenida Paulista com o tema “Somos Muitos, Estamos em Todas as Profissões
2003 Sob a temática “Construindo Políticas Homossexuais”, Parada atinge 1 milhão de participantes, segundo a organização; a Polícia Militar calculou 800 mil pessoas
2005 Direito a união civil é o mote da Parada LGBT neste ano
2006 A 10ª edição entra para o “Guinness Book” como maior parada gay do mundo, reunindo 2,5 milhões de participantes, segundo a PM; o recorde foi retirado da publicação em 2008
2011 Para comemorar o aniversário de 15 anos, festa promove uma valsa coletiva na avenida Paulista
2012 Em medição pioneira, o Datafolha calculou 270 mil participantes na Parada, contrariando a estimativa da organização, de 4 milhões --a PM não fez cálculo próprio
2013 O Datafolha estima 220 mil participantes no evento, contra 5 milhões nas contas da organização --a PM mais uma vez não divulgou estimativa
2016 Combatendo a transfobia, Parada LGBT comemora 20 anos e entra no calendário oficial de eventos de SP
ENTRE NO CLIMA
Confira no link a lista de festas que rolam na cidade antes, durante e depois da parada.
Comentários
Ver todos os comentários