CRÍTICA: Owen Wilson fica perdido na comédia 'Correndo Atrás de um Pai' 

Os atores Terry Bradshaw, Owen Wilson e Ed Helms em 'Correndo Atrás de um Pai'
Os atores Terry Bradshaw, Owen Wilson e Ed Helms em 'Correndo Atrás de um Pai' - Divulgação

CORRENDO ATRÁS DE UM PAI (regular)
(Father Figures) 
DIREÇÃO Lawrence Sher 
PRODUÇÃO EUA, 2017. 115 min. 12 anos. 
ELENCO Owen Wilson, Ed Helms e Glenn Close
Veja salas e horários de exibição.

 

Duplas de atores são responsáveis por grandes comédias no cinema, desde o Gordo e o Magro, passando por Dean Martin e Jerry Lewis, até chegar em, digamos, Ben Stiller e Owen Wilson.

E é este último que tem a oportunidade de formar outro bom par em "Correndo Atrás de um Pai", com Ed  Helms. Mas desperdiça a chance. 

Ator de mais de 70 filmes numa carreira de sucesso, Wilson consegue ir bem em blockbusters sentimentais ("Marley & Eu"), comédias agressivas ("Penetras Bons de Bico"), tramas sofisticadas ("Meia-Noite em Paris"), aventuras infantis ("Uma Noite no Museu") e até em um cult inclassificável como "Zoolander".

Mas o ator está um tanto perdido na comédia sobre dois irmãos que têm muitas contas a acertar entre eles e acabam unidos numa viagem para descobrir a identidade de seu pai biológico. Os dois passaram a vida toda achando que o pai tinha morrido quando eram ainda bebês.

O papel de Wilson é Kyle  Reynolds, um modelo bon-vivant e bem de grana que entra em crise quando é substituído por um macaco na nova campanha de um produto que ele anunciou por anos. Mas seu maior problema é o relacionamento tortuoso com o irmão Peter, proctologista que leva uma vida estável e muito chata.

Para Wilson, a questão é a comparação inevitável com o bom desempenho de Ed  Helms como Peter. O ator é conhecido do grande público como Stu, o integrante do elenco de "Se Beber, Não Case" que mais sofre provações na trilogia: perde um dente, fica bêbado e se casa com uma prostituta em Las Vegas, faz uma tatuagem horrenda cobrindo mais da metade do rosto e por aí vai.

Quando os irmãos viajam para conhecer vários ex-amantes da mãe que podem ser seus pais, porque ela não tem ideia de qual deles a engravidou, a jornada traz consequências à dupla. Helms constrói um personagem cativante, que muda totalmente sua visão de mundo. Mas Wilson fica no limbo, é difícil compreender o que acontece realmente a Kyle. E as melhores piadas estão todas com Helms. Na verdade, Wilson até atrapalha em alguns momentos.

No mais, o filme dirigido pelo estreante Lawrence Sher é um desfile de rostos reconhecíveis entre os coadjuvantes de luxo, como J.K. Simmons, Glenn Close, Ving  Rhames e Christopher  Walken. Todos simpáticos e sem muito o que fazer. No balanço final, a comédia só vale por Ed Helms.

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas

Ver mais