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“Não se Aceitam Devoluções” é um filme cheio de ambições. Quer levar o público aos risos e quer emocioná-lo. Pretende ainda reinventar a imagem do bem-sucedido Leandro Hassum —antes um ator de veia cômica, agora um galã também capaz de fazer rir.
Trata-se de um remake de “No Se Aceptan Devoluciones” (2013), comédia dramática mexicana que faturou mundo afora mais de US$ 100 milhões (cerca de R$ 370 milhões), graças especialmente ao desempenho na bilheteria dos Estados Unidos.
Outra ambição da versão brasileira é, no rastro do original mexicano, ganhar muito dinheiro. É um desejo legítimo, claro. O cinema brasileiro se fortalece com a diversidade de tendências, o que inclui um filão comercial bem estabelecido.
O problema se dá quando o objetivo de alcançar o grande público vem acompanhado de falta de inventividade da direção e interpretações limitadas. É o que acontece em “Não se Aceitam Devoluções”.
O filme mostra um mulherengo (Hassum) que recebe na porta de casa um bebê, deixado por uma ex-namorada americana (Laura Ramos). A partir daí, ele se desdobra para oferecer à filha (Manuela Kfouri) a melhor infância possível até que a mãe reaparece.
Hassum não convence como um Don Juan. Tampouco se sai bem nas cenas mais dramáticas, para as quais constrói uma caricatura de pai zeloso e inseguro. Aliás, o sentimentalismo excessivo domina a segunda metade do filme.
Hassum poderia oferecer compensação ao espectador no seu território de origem, a comédia, mas ele acaba prejudicado pelas piadas fracas.
A direção de André Moraes (“Entrando numa Roubada”) e a fotografia de André Lavenére também não ajudam. De modo geral, os movimentos de câmera seguem uma cartilha que aproxima o filme de um modo convencional de fazer teledramaturgia.
Há a presença carismática de Manuela Kfouri, uma garota promissora. Mas não é suficiente para salvar o filme.
Com tantas ambições, “Não se Aceitam Devoluções” resulta em frustração.
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