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A escassez de criatividade em Hollywood se revela nos lançamentos recentes do cinema de ação, praticamente concentrados em episódios de franquias e refilmagens. Assim, “Arranha-Céu: Coragem Sem Limite” já ganharia pontos por trazer uma história original.
Mas não é tão original assim. Apesar de apresentar um personagem inédito, Will Sawyer, ex-agente do FBI com uma perna amputada, é impossível assistir ao filme sem pensar em “Duro de Matar” (1988). Quem já passou dos 50 anos pode somar a essa referência uma outra: “Inferno na Torre”, blockbuster de 1974 com Steve McQueen e Paul Newman.
Como Bruce Willis em “Duro de Matar”, Dwayne Johnson interpreta um herói relutante, obrigado a enfrentar bandidos que invadem um prédio gigantesco. Mas, como em “Inferno na Torre”, exemplar bem-acabado do cinema catástrofe dos anos 1970, o personagem principal é o próprio edifício.
A ação se passa em Hong Kong, onde Sawyer faz consultoria de segurança para o prédio mais alto e moderno do planeta, o Pearl. Criado com realismo espantoso pela tecnologia virtual do cinema, o edifício impressiona.
Para impedir a ação de um grupo criminoso, Sawyer vai ter de saltar ou ficar pendurado a uma distância quilométrica do solo. Para piorar as coisas, sua família está sob ameaça dos vilões, o prédio começa a pegar fogo e seu vigor físico está comprometido pela perna mecânica adotada após uma explosão.
Como aventura, o filme vai bem. Basta o espectador desligar o cérebro para ignorar o total desprezo do roteiro pelas leis da física. Há uma infinidade de momentos em que, no mundo real, Sawyer iria se espatifar no chão.
Ex-astro de luta livre, com o apelido The Rock, Johnson se transformou no grande nome de ação na Hollywood atual. Seus 36 filmes já renderam nas bilheterias mundiais quase US$ 6 bilhões (cerca de R$ 24 bilhões).
Fortão, simpático e identificado pelo público americano desde sua carreira nos ringues como um sujeito “do bem”, Johnson vem de uma sequência de grandes sucessos, “Rampage: Destruição Total” e os dois últimos da série “Velozes & Furiosos”.
Até 2020, mais nove produções chegam ao cinema para exibir músculos e sorrisos do ator. Depois de “Arranha-Céu”, parece que não há limites para o Arnold Schwarzenegger do século 21.
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