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O primeiro “Mamma Mia”, de 2008, era um amontoado de ideias engraçadas e absurdas para ser apreciado ao som das canções pop grudentas e impecáveis do grupo sueco Abba. Ao montar um musical encadeado pelos versos dessas músicas, o resultado foi uma comédia romântica sobre uma garota prestes a se casar que não sabe qual dos três ex-namorados da mãe é seu verdadeiro pai.
Se as canções eram ótimas e sucessos pelo mundo, o elenco trazia ídolos conhecidos: Meryl Streep como Donna, a mãe; a graciosa Amanda Seyfried no papel de Sophie, a filha; e os três possíveis pais vividos pelos galãs maduros Pierce Brosnan, Colin Firth e Stellan Skarsgard. Todos com boas vozes, muito charme e pouco à vontade dançando.
Agora uma continuação chega aos cinemas, com a repetição de algumas músicas e um punhado de outras ressuscitadas do repertório do Abba. O elenco ganha reforço dos veteranos canastrões e irresistíveis Andy Garcia e Cher. E o mar da Grécia volta a ser cenário.
“Mamma Mia: Lá Vamos Nós de Novo” diverte, sem dúvida. Os números musicais ficam entre deslumbrantes e apenas bem-feitinhos. O problema é o excesso de música. Enquanto o primeiro filme tinha um roteiro conectado pelas canções, este não consegue encaixar nelas uma narrativa atraente. É quase uma música colada na outra. O que era para ser sedutor em alguns momentos se transforma em algo entediante.
Há acertos, como os três atores novatos que interpretam os namorados de Donna quando jovens. Porque o roteiro (ou o rascunho de roteiro) se divide em duas épocas. Sophie vai reinaugurar o hotel reformado que era de sua mãe, morta há um ano. E, três décadas antes, flashbacks mostram como Donna conheceu os “pais” de sua filha.
Meryl Streep e Cher demoram para aparecer na tela, o que é ruim. Mas o filme é de Lily James, como a jovem Donna, o que é bom. A inglesa, já vista em “Baby Driver”, conduz o musical cantando muito (e bem) um caminhão de hits do Abba. É uma estrela.
Um enredo mais caprichado deixaria o segundo e bom “Mamma Mia” no patamar do filme original. Mesmo aqueles que gostarem vão dar o braço a torcer e reconhecer o resultado bem mais encantador do primeiro filme.
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