Duas notícias são divulgadas no rádio na primeira cena de "Mare Nostrum", cuja ação começa em 1982 e depois salta para 2011. A primeira confirma a primeira eleição direta para governador no Brasil desde 1960; a segunda, fala dos convocados por Telê Santana para a Copa do Mundo de 1982, a primeira com estrangeiros no elenco (Falcão, da Roma, e Dirceu, do Atlético de Madri), mas sem os talentos de Careca, por contusão, e o craque Zé Carlos.
Essa homenagem ao time conhecido pelo futebol fantasia é uma das subtramas do filme de Ricardo Elias ("Os 12 Trabalhos"), ainda em cartaz em São Paulo (veja salas e horários de exibição). Enquanto aguarda no carro que o pai (Aílton Graça) feche um negócio acerca de um terreno na Praia Grande, o filho ganha um pacotinho de figurinhas do álbum da Copa, do qual espera tirar o ídolo, Sócrates, que não vem.
Corte no tempo e o jovem se torna o adulto Roberto, um jornalista esportivo que se vê a voltas com problemas na família em seu retorno ao Brasil após uma malfadada tentativa de seguir carreira na Espanha. O pai ausente morreu. A ex-mulher cobra a dívida da escola da filha e a mãe não tem como quitar o IPTU de um terreno na Praia Grande, aquele que o pai comprou no início da trama.
Não é por coincidência que Roberto volta da Espanha, mesmo país em que a seleção de Telê fracassou. O jornalista também se vê enrolado com um projeto antigo que não decola, o de fazer a biografia do atacante Zé Carlos, o craque esquecido por Telê, que depois caiu em desgraça e morreu na miséria. Ao contrário de Sócrates, Careca, Falcão e outros jogadores lembrados no filme, Zé Carlos é um personagem fictício.
Assim como aquela seleção, que encantou o mundo até ser derrotada pela Itália de Paolo Rossi, o filme também tem seu lado fantástico. Aparentemente, o tal terreno faz com que desejos se realizem. Confira abaixo trechos do filme que relembram a seleção de 1982.
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