Dentre os vários epítetos que a crítica colou ao filme “Sinônimos” —“surpreendente”, “hilário”, “imperdível”—, o mais adequado talvez seja “inclassificável”.
O longa do israelense Nadav Lapid, vencedor do Urso de Ouro em Berlim, transita pelos gêneros do drama e da comédia enquanto aborda um tema urgente. Nisso, ele é primo de “Parasita”, que desliza do humor rasgado à tragédia acachapante.
Yoav (Tom Mercier) é um jovem israelense perdido nas ruas de Paris e munido de um mero dicionário de bolso hebraico-francês com o qual tateia a cultura do país pelo qual parece morrer de amores. No seu entorno circula um casal que carrega todos os estereótipos da “bourgeoisie” parisiense —ele é um escritor existencialista e sexualmente ambíguo; ela é chique e decidida.
Aos poucos saberemos mais de Yoav —um desertor, ferrenho opositor à cultura militarista de Israel. Lapid intercala as memórias dos tempos de serviço militar do protagonista às andanças e aos excessos na capital francesa.
Enquanto mostra a busca obsessiva do rapaz por extirpar o menor traço israelense que seja, leva o público a indagar o quanto somos definidos pela sociedade de que fazemos parte ou, mais ainda, o que constitui a nossa identidade.
Dias 25, às 22h (Cinesesc); 26, às 21h20 (Espaço Itaú De Cinema - Frei Caneca 2); 27, às 19h15 (Espaço Itaú de Cinema - Frei Caneca 3); 28, às 19h20 (Espaço Itaú De Cinema - Frei Caneca 1); e 30, às 16h45 (Cinearte 1).
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