Tudo estava pronto para a comemoração de 25 anos do É Tudo Verdade em março —seleção de filmes anunciada, coletiva de imprensa feita e eventos paralelos marcados. Mas, poucos dias antes da edição de 2020 do maior festival de documentários da América Latina, a Organização Mundial da Saúde declarou que o surto de Covid-19 era uma pandemia. E ela estava a caminho do Brasil.
Depois de um longo adiamento, as mostras competitivas desta edição do festival finalmente chegam ao público, em sessões gratuitas que acontecem pela internet entre esta quarta (24) e o dia 4 de outubro. Elas são divididas nas seções de longa-metragens nacionais e estrangeiros e de curtas nacionais e estrangeiros.
Além dessas quatro partes competitivas do É Tudo Verdade, também há transmissão de filmes nas categorias O Estado das Coisas, Sessões Especiais, Foco Latino-Americano e É Tudo Verdade, 25 —uma retrospectiva do um quarto de século do evento. Para completar a programação, bate-papos e palestras também estão marcados.
Em meio a tantas seções e filmes, é difícil decidir o que ver. Neste ano, boa parte dos títulos selecionados abordam, de diferentes maneiras, temas como autoritarismo e fake news. Mas, pensando naqueles que querem assistir a documentários mais leves, o Guia preparou uma lista com dez boas produções da seleção que fogem dessa temática.
Todas elas apresentam ao espectador, direta ou indiretamente, novas culturas, falando de tradições e hábitos que são distantes para os brasileiros —ou que estão no Brasil, mas longe dos cinemas das grandes cidades. É uma boa maneira de viajar em tempos de isolamento.
A Ponte de Bambu
Mostra competitiva de longas brasileiros
Os relatos do jornalista Jayme Martins, que morou por anos na China junto com a família, sustentam o documentário de Marcelo Machado. Nele, o cineasta percorre a história do país, abordando momentos políticos importantes e transformações culturais.
Exibido no dia 27, às 21h, e 28 de setembro, às 15h, no site etudoverdade.com.br
Segredos do Putumayo
Mostra competitiva de longas brasileiros
Aurélio Michelis recupera os diários do irlandês Roger Casament, que dedicou sua vida ao combate de violações de direitos humanos, para falar de sua incursão pela Amazônia, quando se encarregou de denunciar a escravização de povos indígenas.
Exibido nos dias 3, às 21h, e 4 de outubro, às 15h, no site etudoverdade.com.br
Cidade dos Sonhos
Mostra competitiva de longas internacionais
Epicentro da Covid-19, Wuhan é o destaque deste documentário chinês, dirigido por Wijun Chen. Nele, o cineasta acompanha um vendedor de rua idoso e que, apesar de bem-humorado, também pode ser teimoso e carrancudo.
Exibido no dia 29 de setembro, às 18h, no site etudoverdade.com.br
ChoVer
Mostra competitiva de curtas brasileiros
Longe da sede do festival É Tudo Verdade —as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro—, o sertão paraibano surge como personagem deste documentário. O diretor Guga Millet mostra o impacto da seca na região e como, em 2018, uma sequência de chuvas fez a alegria de seus moradores.
Exibido nos dias 26 e 30 de setembro, às 14h, no site etudoverdade.com.br
Ver a China
Mostra competitiva de curtas brasileiros
A China está em alta na edição deste ano do festival —mas, desta vez, a região em destaque é a província de Fujian. Nela, existe uma tradicional produção de chá, que seria o tema do documentário de Amanda Carvalho, que visitou o país asiático a convite e com essa intenção. Agora, ela reflete sobre o que viu na viagem.
Exibido nos dias 27 de setembro e 1º de outubro, às 14h, no site etudoverdade.com.br
Asho
Mostra competitiva de curtas internacionais
No distante Irã, o filme leva o público para conhecer um jovem pastor. Apesar da rotina com os rebanhos, em paisagens bucólicas, o garoto é obcecado por Hollywood. Sua vida monótona e exaustiva se mistura, então, à fantasia daquilo que vê nas telas.
Exibido nos dias 29 de setembro e 3 de outubro, às 14h, no site etudoverdade.com.br
Seu Canto
Mostra competitiva de curtas internacionais
Laura Taillefer Viñas mostra os desafios de ser uma mulher nascida em uma comunidade cigana, falando sobre os limites para a liberdade feminina entre esse povo.
Exibido nos dias 28 de setembro e 2 de outubro, às 14h, no site etudoverdade.com.br
Filmfarsi
O Estado das Coisas
Queridinho entre os cinéfilos, mas não tão conhecido pelo público geral, o cinema iraniano está no centro do filme de Ehsan Khoshbakht, que mostra a história dessa expressão artística em um país abalado por revoluções e bruscas mudanças de costumes.
Exibido no dia 27/9, às 13h, no site itaucultural.org.br
Gyuri
O Estado das Coisas
Mariana Lacerda mistura as experiências e tradições vindas da pequena aldeia húngara de Nagyvárad com os costumes dos ianomâmis, ao apresentar a história de Claudia Andujar. Judia, ela veio ao Brasil com o fim da Segunda Guerra e atuou como protetora e militante pelos direitos desse povo índigena.
Exibido nos dias 23 de setembro, às 13h, e 5 de outubro, às 9h, no site itaucultural.org.br
O Segundo Encontro
O Estado das Coisas
A diretora Veronique Ballot segue os passos do pai, o fotógrafo Henri Ballot, seis décadas depois de ele integrar a expedição dos irmãos Villas-Bôas pelo norte do Mato Grosso. Foi assim que se deu o primeiro contato entre o homem branco e os índios metuktire, que ela agora destrincha no documentário.
Exibido nos dias 23 de setembro, às 13h, e 5 de outubro, às 9h, no site itaucultural.org.br
12h48
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